quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pensando (40)...
O JORNALISTA

Minha família sempre esteve ligada à imprensa. Meu pai, por mais de 30 anos foi dono do jornal Tribuna Sul Paulista, que foi pioneiro em tudo que foi possível em sua época, desde a primeira impressão a cores, a primeira clicheria, o primeiro linotipo, o primeiro jornal computadorizado, entre outros como primeiro jornal diário, na internet, etc.

Mas isso tudo sempre foram ferramentas para se fazer um jornal. Meu pai sabia que necessitava estar na vanguarda para atrair mais leitores. Mas o que ele mais sabia, era que não bastava ter um jornal lindo, colorido, cheio de fotos, se as matérias não fossem verídicas.

E as matérias de um jornal são escritas por pessoas. Pessoas são falíveis, tendenciosas, etc. Mesmo tendo seu ponto de vista sobre vários assuntos, suas preferências, meu pai sempre publicou no jornal APENAS OS FATOS.


Quando emitia opinião, o fazia em forma de editoriais, em matérias assinadas.

Por décadas, a Tribuna Sul Paulista foi o jornal mais lido da cidade. Sempre houve outros jornais, é claro. Mas era incrível a credibilidade que a Tribuna possuía.

E qual a razão disso? Simples.

Como dizia meu pai, ele “apenas noticiava os fatos, cruamente, da forma como ocorreu, sem emitir parecer ou opiniões”. Ele deixava que os leitores formassem suas opiniões.

Era comum um ou outro jornal publicar algum furo de reportagem e a população aguardar que a Tribuna publicasse também, para daí ter certeza que tal fato era verdadeiro.

Meu pai sempre prezou em ter seu jornal totalmente imparcial e independente. E mais que isso: ELE sempre foi imparcial e independente.

Presenciei, pelos vários anos em que trabalhei com ele, ofertas de subornos, de conchavos, de favorecimento pessoal, etc.. Mas nunca o vi cair em tentação.

Vi, dentro de casa e longe dos olhos de todo mundo, meu pai sorrindo quando um candidato vencia a eleição, seu time vencer um campeonato, bem como vi ele ficar triste com fatos similares. Mas sempre distante dos olhos dos leitores.

Nunca vi meu pai emitindo opinião sobre esse ou aquele candidato, esse ou aquele político, exceto em seus editoriais.

Nunca vi meu pai levantar a bandeira de um partido ou candidato.

E olha que ele vivia participando das reuniões do “senadinho”, que ocorria todas as manhãs de domingo, na Praça Anchieta. Ele ouvia a todos, mas dava algumas opiniões de forma totalmente imparcial, sem deixar transparecer sua preferência sobre os assuntos.

E porque? Simples! Porque a função do jornalista é transmitir a noticia, é levar a noticia até os leitores.

Quem vai acreditar num jornal ou jornalista, que se diz petista, escrevendo sobre o PSDB ou seus candidatos ou políticos? Ninguém...

Por conta disso, sempre foi um Jornalista respeitado em Itapeva e Região.

Afinal, Jornalista tem q ser independente. Não pode demonstrar suas vontades, suas opiniões, suas tendências. Pois do contrário não é jornalista é TRABALHADOR DE JORNAL.

Bem dizia meu pai que ser jornalista é um sacerdócio. Hoje você está entrevistando ou noticiando sobre alguém que, intimamente, você detesta ou sabe que não presta. Amanhã, está entrevistando alguém que você tem como ídolo. Em ambos os casos, deve manter seu profissionalismo ao extremo, para não ser mal recebido e não notarem duplo sentido nas perguntas ou até evitarem de ser entrevistado

Um jornalista ético, profissional, correto não tem partido político, não tem time de futebol, não tem preferências. Ele é, antes de ser um cidadão, um JORNALISTA. Coisa para poucos!

Porque estou escrevendo esse texto? É porque tenho visto, ultimamente, muita gente que TRABALHA EM JORNAL, rádio ou televisão e quer ser reconhecido como jornalista. Desculpem-me, mas assim não os reconheço, até o dia em que venham assumir o manto sagrado do sacerdócio do jornalismo, que não é prá qualquer um, já que é ele que deixará gravado e registrado, para gerações futuras, os acontecimentos do presente.

Imagine um jornalista falando mal de uma pessoa ou político, numa reportagem? Mesmo que na edição seguinte venha um desmentido ou pedido de desculpas, isso ficará gravado para sempre, por dezenas, senão centenas de anos, nas páginas impressas.

Por isso o profissionalismo e a retidão no trabalho é fundamental.

Por isso, deixo aqui os meus parabéns aos JORNALISTAS verdadeiros, profissionais ou não, que enobrecem a profissão, à quem eu tenho como símbolo meu pai, o grande Comendador Jandir Abreu Gonzaga.

Já aos trabalhadores em jornal, sugiro voltar a fazer seus jornaizinhos em escolas, em mimeógrafos, onde cabem muitas fofocas, reclamações e parcialidades, que é o dom que Deus lhes deu.

Pensando (39)...
ERA UMA VEZ...

... num reino muito distante, uma jovem plebéia que tinha um “amigo” ferreiro. Viviam felizes, passeavam pelos campos, faziam picnics e sonhavam com o futuro.

Ele a conheceu muito nova e inocente, e tratou de aproximar-se e orientá-la em sua vida, preocupando-se mais com ela do que consigo mesmo, de forma que muitas vezes, deixava seus afazeres para auxiliá-la nas tarefas mais simples, ou para levá-la passear, ou para explicar sobre o céu, a terra e o ar, contando histórias engraçadas ou tristes de sua vida. Realmente eram um casal muito unido e que estavam sempre felizes.

Um dia, enquanto dava comida aos animais, uma comitiva do Castelo passou pela sua casa e, ao vê-la, uma voz que veio de dentro da carruagem pomposa, deu ordem de parada e dela desceu um Barão, que passou a interrogá-la sobre onde morava, quem eram seus pais, o que fazia e como era sua vida.

A plebéia a tudo respondeu e foi convidada a conhecer o Castelo. Educadamente, disse que não poderia ir sem o seu “amigo” ferreiro, o qual foi prontamente convidado a acompanhá-los.

No Castelo, foi apresentada pelo Barão à Duquesa e ao Conde, sendo muito elogiada pela sua beleza e simplicidade. Eles cercaram-na, de tal forma, que o ferreiro viu-se expurgado de sua companhia, mas podia notar pelos movimentos e risadas, que sua “amiga” plebéia estava extasiada e encantada com seus novos amigos.

Seus olhinhos brilhavam com as histórias da realeza, imaginando-se uma delas, com seus lindos vestidos rodados e suas perucas enormes.

Claro, seus novos amigos mostravam-lhe um mundo novo, muito diferente daquele mundinho que vivia até então, com seu “amigo” ferreiro.

Percebendo que cada vez que aproximava-se do grupo, o assunto mudava e os risos diminuíam, o ferreiro postou-se ao lado e, pouco a pouco, foi se afastando.

Ciente de que não deveria abandoná-la à própria sorte, dirigiu-se à porta do Castelo, tomou um cavalo e partiu em direção da Vila que morava, sempre acreditando que a jovem plebéia saberia se defender das investidas da nobreza que a “atacava”.

No dia seguinte, quando indagado por ela do porquê retirou-se na surdina do Castelo, ele disfarçou numa desculpa tola e seguiu aos seus afazeres. Os dias passaram e a vida parecia ter voltado ao normal entre eles.

Até que, surge no horizonte, um cavaleiro real que dirigiu-se à casa da plebéia e deixa uma correspondência. Nela, um convite para “eles” irem ao baile real.

Ela o convidou e, no dia do evento, seguiram rumo ao Castelo. Novamente a cena repetiu-se, sendo a plebéia cercada pela Duquesa, Conde e Barão, ficando o ferreiro de lado.

Notava-se, claramente, que a amizade entre eles aumentava, enquanto o ferreiro era deixado de lado, fazendo com que, invariavelmente, saísse quieta e disfarçadamente em direção à Vila.

Novos convites chegaram. Quase todos aceitos. No Castelo, além da Nobreza citada, outras e outros jovens da Realeza aproximavam-se dela, conversando alegre e efusivamente.

Notando que a resistência da plebéia, às vezes, aumentava em aceitar os convites, os nobres tentaram aproximar-se do ferreiro. Liderados pelo Barão, tentaram persuadí-lo a participar mais da Nobreza, pois sabiam que sua presença era garantia da participação da jovem plebéia.

Experiente, o ferreiro não se deixou levar pela artimanha do grupo e mesmo recebendo convites individuais, com o aviso claro de que a jovem plebéia não estaria presente, relutou em aceitar alguns, aceitando outros apenas para confirmar algo que já estava imaginando.

Decidiu que não iria e nem deveria contar o que estava vendo, presenciando e sabendo sobre a Nobreza. Decidiu que a jovem plebéia é que deveria ver, notar e saber, por si só. Nem que isso custasse muito a ele. E custou!

Com o tempo passando, começou a notar que não só o cavaleiro real trazia novos convites, como muitas das vezes, uma comitiva da realeza vinha até a casa da plebéia para visitá-la. Tais visitas tornaram-se constantes, como se abrissem um canal exclusivo de comunicação entre eles.

A tudo o ferreiro assistia e decidiu que era hora de afastar-se de tudo, de todos e, principalmente, da jovem plebéia. Ela tinha encontrado novos amigos, estava extasiada pela amizade que despontava em sua frente e... ele não tinha o direito de atrapalhar.

Acreditava, piamente, que os ensinamentos que ele havia passado a ela, viessem à tona agora, e ela percebesse que estava diante de uma decisão, uma encruzilhada: ou seguia à nobreza ou seguia sua vidinha na Vila.

Ele se afastou. Passou a evitá-la. Trancou-se em sua oficina e sua cabana. Não respondia mais aos chamados da jovem plebéia. Deixou-a livre para pensar e decidir.

Notou, também, que a Nobreza passou a ignorá-lo e, por outros moradores da Vila, chegou até ele comentários maldosos e fantasiosos vindo do Castelo. Sabia que esses comentários estavam chegando, também, no ouvido da jovem plebéia. Mas ele nada fez. Ela o conhecia há anos e sabia da sua índole e da sua sinceridade.

Enquanto a jovem plebéia freqüentava mais e mais os bailes do Castelo, uma jovem moradora da Vila, que um dia trabalhou em outro Castelo, passou a aproximar-se dele.

Vendo o ferreiro triste, tentou reanimá-lo, sem nunca esconder-lhe a verdade do que passava dentro dos portões reais. Da verdade nua e crua que acontecia lá dentro. Da índole de seus freqüentadores. Das artimanhas utilizadas. E dos interesses em destruir tudo e todos os que os desagradassem.

Sabia a moradora da Vila que a vida vazia e triste, apesar da riqueza que ostentavam, era apenas fachada. E com suas verdades, carinho e atenção e, principalmente, ante o vazio provocado pela ausência da jovem plebéia, aproximou-se mais e mais do ferreiro que passou a vê-la com outros olhos.

Tempos depois, o ferreiro soube que agiu certo ao deixar a jovem plebéia livre, pois diz o ditado que devemos deixar livres o que amamos, pois se voltarem é porque conquistamos, mas se não voltarem, é porque nunca possuímos.

Ele não sabe mais por onde anda sua antiga “amiga” ou o que ela tem feito. Nem procura saber. Pois está feliz ao lado da moradora. Ele apenas tem certeza de que, muito embora tenha dedicado anos e anos de sua vida tentando ensinar a plebéia sobre a vida, em pouquíssimo tempo foi abandonado por uma oportunidade de vida diferente da que oferecia-lhe.

Não, ele não guarda mágoas. Nem da plebéia e nem da nobreza, que um dia soube jogar brilhantemente com ele e ela, com a amizade que eles tinham e, principalmente, com a falta de uma promessa de um futuro promissor a ser ofertado.

Ele sabe que um dia a ex-plebéia ainda vai passear na Vila e eles acabarão se encontrando. E ela terá a respostas para suas saídas discretas do Castelo ou mesmo para seu desaparecimento repentino.

E mais: saberá que toda vez que saia à porta do Castelo, tinha um cavalo colocado estrategicamente na porta, por ordem do Barão, para que ele pudesse voltar à Vila.

Nada na vida acontece por acaso. Tudo é causa e conseqüência. Tudo que é plantado é colhido. E a realeza soube plantar direitinho as sementes da discórdia entre eles.

Ela está feliz? Ele não sabe. Mas o vazio que ela deixou foi plenamente ocupado pela moradora da Vila que o alegrou nos momentos mais tristes e deu-lhe a mão para levantar e caminhar ao lado dela, a quem ele é eternamente grato.

Se vai ser prá sempre? Ele não sabe, pois cansou de acreditar em juras eternas da boca de quem acreditava plenamente, ainda mais depois de descobrir que tais juras morreram, surpreendentemente, em poucos dias.

Hoje ele vive o dia a dia, dia a dia esquecendo do passado recente.

FIM!




































































terça-feira, 24 de julho de 2012

Pensando (38)...
O CÃOZINHO (IN)FELIZ...

Um cachorrinho criado em casa, no quintal, é um bichinho sempre inquieto. Fica olhando para a rua pelo portão, e tem seus olhinhos brilhantes com uma vontade imensa de estar do outro lado.

Ele quer sair, andar pela rua, correr atrás de outro cachorro, latir pro gato, perseguir o carro, cheirar o mato, fazer xixi no poste, etc...

Por medo do fato do animalzinho querido não saber se virar no mundão lá fora, é que seu dono o prende, cercando-se de todos os cuidados para que nunca escape.

Interiormente, ainda inveja os cachorros dos vizinhos que saem, passeiam e voltam prá casa, sempre obedientes e “ensinados”.

Mas seu caozinho não pode sair não. É perigoso lá fora. Quando muito, sai preso à coleira.

Mas um dia passa vários cachorros pela frente da casa, ele pula alucionado no portão e... ele abre! Ele escapa! Foge! Corre atrás dos outros cachorros. Sai pela rua na velocidade da luz. Corre para um post, faz xixi, corre pro matinho e cheira, vira a esquina, late pros carros, quase é atropelado, parece estar drogado. Olha tudo, cheira tudo e não vê nada. Não pára quieto. Cheira outros carros, late para eles, vai atraz, apanha, chora, corre e... some!!!

Em poucos minutos, está longe, muito longe de sua casa. E perdido!

Começa a notar que, diferentemente da visão que tinha do lado de dentro do portão, todas as ruas são iguais. Todos os carros são iguais. Todos os cachorros são iguais. Todos os gatos são iguais. O diferente é ele. Ele que passou a vida toda dentro de casa, com seu pratinho de comida, alegrando a família, fazendo a alegria das visitas com seus truques calmamente ensinados pelo dono. Ah... o conforto do lar. O amor. O carinho...

Em poucas horas, perdeu-se a graça estar do lado de lá do portão. Aqueles cachorros que passavam pelo portão e o chamavam para sair andar pelo mundo, hoje tem vida própria, segue seus próprios instintos e não tem muito tempo prá ficar de babá de cachorrinho mimado.

Deu fome. Cadê o pratinho? Cadê a água? Pior: cadê a casa e sua família?

Ele está perdido. Está abandonado. O prazer de sair correndo pela rua, pelos postes, pelos matos acabou. E agora? Que graça tem tudo isso? Tem certeza que era aqui que ele queria estar? Até alguns minutos atras era, mas e agora???

Não, ele nunca mais encontrará sua casa, sua família, seu cantinho. Nunca mais ele terá o carinho de quem o criou, o alimentou, o ensinou.

Se der sorte, encontrará outro lar disposto a cuidar dele, mas... como será esse lar? Terá que se adaptar aos donos? Será que cuidarão tão bem quanto era cuidado pelos antigos donos?

Se der azar, será condenado a vagar pelas ruas, comendo restos de lixos, sendo atacado por outros cachorros, dormindo na chuva, no frio. Se der mais azar ainda, será capturado pelo Depto. Municipal competente e daí... sabe-se lá o que acontecerá...

Muitas vezes vemos pessoas “aprisionadas” em situações, relacionamentos, famílias. E, quando encontram uma maneira de sair da “casa”, partem desesperadamente pelo mundo atras de tudo que não tiveram, julgando que sua hora de ser feliz chegou.

E chegou mesmo? Não, não chegou. Apenas mudou. Agora está perambulando pela vida, experimentando pessoas, situações e “amigos”. Nunca mais achará o caminho de casa, dos donos que tanto cuidaram e ensinaram. Nunca mais terá os braços quentinho da familia e o carinho amoroso em sua testa.

Assim como o caozinho, as pessoas também tem a opção de ver o portão aberto e querer sair. Depois que saem, descobrem que o mundo “lá fora” tem sua beleza e maravilha, mas que tudo é efêmero, passageiro, temporário: pessoas, situações, amizades, amores.

Daí é tarde prá querer voltar, prá ter de volta seu mundinho maravilhoso de volta.

Mas tentam acreditar que era necessário essa aventura. Que isso só engrandeceria sua vida. Que era preciso cortar certos cordões umbilicais.

Ledo engano. A casinha do quintal ainda vai parecer quentinha, a comidinha no potinho ainda vai parecer saborosa e a água parecerá fresquinha, passem os anos que passarem.

Não precisamos sair desenfreadamente pela vida prá aprendermos a viver. O aprendizado da vida acontece dia após dia, passo a passo, minuto a minuto, onde quer que você esteja, do lado de cá ou de lá do portão.

Agora vem a época dos arrepedimentos. Do “onde foi que eu errei”. E acredite: sempre sabemos onde erramos ou QUEM N OS FEZ ERRAR! Mas optamos em transferir culpas. Somos craques nisso.

Acreditamos no que queremos acreditar. Principalmente em “amigos”, que do nada, aparecem para tomar nossas dores e nos libertar da escravidão.

Daí eu me pergunto: amigo é prá nos ensinar a dar uma guinada em nossas vidas, como se dono fossem dela??? Ou é aquela pessoa que nos acompanha em todos nossos passos, ajudando, colaborando, levantando, empurrando e puxando?

Amigo é aquele que senta na primeira fileira para assistir ao seu espetáculo. Aquele que primeiro aplaude, aquele que primeiro se emociona, que primeiro ri, que primeiro te cumprimenta.

Porque a vida é nossa e nós é que respondemos pelos nossos erros. Mas temos o dom de repassar, ERRADAMENTE, os erros que cometemos.

Um exemplo: a amiga apresenta um cara. Você sai com ele e... engravida! A culpa é do cara, claro, que não tomou cuidado. Ou então, foi vacilo seu mesmo. Mas e a amiga? A que apresentou? Tudo bem, ela não disse prá você transar com ele. MAS TAMBÉM NÃO DISSE PRÁ NÃO TRANSAR!!!!

Amigos que comandam nossas vidas, não são amigos. Não somos marionetes. Somos humanos. Precisamos de orientações mas nunca de conselhos, de tomadas de decisões, pois ninguem vive a vida do outro prá saber o quão certo está sua visão de um fato particular.

Hoje, aquele cãozinho abana o rabo para todos que passam pela rua, na esperança que algum daqueles humanos que passeiam pelas calçadas seja seu antigo dono e o reconheça. Mas fará isso sempre longe dos outros caezinhos, por medo de que o critiquem, o culpem ou o chamem de fraco, afinal ele está do lado de fora do portão.

Mas a dor vem... a lembrança também... E um dia, mesmo que demore, ele vai descobrir que, na verdade, o portão não abriu sozinho ou por acaso. Foi ele que abriu. E foi ele que decidiu sair pela rua.

Mas sempre vai preferir acreditar que foi a família que vacilou e deixou o portão aberto.

Pobre cãozinho.. cuja antiga família nem mais lembra dele... E ele vai passar o resto de seus dias achando que a culpa do portão aberto foi dela...






























































terça-feira, 22 de maio de 2012

Pensando... (37)

Uma coisa que lembro bem da minha infância, era minha mãe, no café da manhã, família reunida, sempre dizendo à mesa: “hoje é aniversário de fulano!”.


Sempre achei interessante ela se lembrar de datas de aniversários de pessoas.

Outra coisa que admirava era a facilidade em decorar números de telefone. Parecia uma agenda ambulante.

Talvez por isso, instigado pela minha mãe (e talvez por ser genético, vai saber?), é que desenvolvi essa mesma capacidade dela.

Assumo: sou péssimo com nomes. Horrível mesmo. A ponto de estar conversando com alguém e, do nada, esquecer do nome da pessoa.

Isso me levou a desenvolver certos apelidos, que mesmo quem me conhece nem percebe que é um truquezinho à toa para disfarçar esses “brancos” da memória.

E engana-se quem acha que é a idade. Sempre fui assim. Horrível com nomes e pior ainda com fisionomias.

Os apelidos que usava (e vou me entregar), sempre variavam de época em época: já foi “cara”, “gay”, “criatura”, “criança”, “amor”, “linda”, “meu”, “bicho” e por ai vai.

Mas datas e telefones eram (e são) meus fortes. Ainda mais numa época em que não havia celulares com agendas. Obrigava-me a decorar. E sabia os telefones residenciais de todos os meus amigos na ponta da língua. E seus aniversários também.


Talvez por isso é que nunca fui chegado em agendas. Seja de telefones, seja de aniversários.


Hoje relaxei com telefones, confesso. Também, os celulares guardam tudo. A pessoa diz o numero do telefone dela, eu anoto e nunca mais digito, apenas teclo no nome (o que, às vezes, leva algum tempo pra eu lembrar enquanto fico procurando na agenda).


Mas porque deste post? Pra dizer que minha fixação com datas ainda permanece.


Lembro, sempre, das mais variadas datas. Seja datas de comemorações que aprendemos na Escola, como Tiradentes, Abolição da Escravidão, Dia da Bandeira, Data da Revolução Militar ou Constitucionalista, etc, bem como datas de nascimento de amigos, ex-namoradas, ex-esposas, data de início de namoro e término, etc.

Com muitos amigos e ex, não tenho mais contato. Mas nem por isso esqueço das datas. Posso não mandar um abraço ou felicidades, mas lembro da pessoa.

Talvez nem precise mandar nada. A simples lembrança já demonstra o quão importante eles são ou foram na minha vida. Não necessito enviar parabéns porque o facebook ou orkut me lembrou. Lembro porque a pessoa existiu na minha vida. E, bem ou mal, marcou nela.

Se isso é bom? Tem utilidade? Sei lá... Sou assim e gosto.


Apesar de não ter uma família pra dizer, à mesa do café, o aniversário de quem é hoje, tenho em minhas lembranças (sempre todas boas) de quem foi na minha vida o aniversariante do dia.

Por isso, em pensamento eu digo: “feliz aniversário à você! Felicidades sempre...”

PS: Esqueci: sou ótimo com números e datas mas horrivelmente péssimo em contas. Argh! Odeio mesmo...
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terça-feira, 15 de maio de 2012

Pensando... (36)

Minhas (ex) Mulheres

Já tive mulheres de todas as cores,

De várias idades, de muitos amores.
Com umas até certo tempo fiquei.
Prá outras apenas um pouco me dei.

Já tive mulheres do tipo atrevida,
Do tipo acanhada, do tipo vivida.
Casada carente, solteira feliz.
Já tive donzela e até meretriz.


Mulheres cabeça e desequilibradas.
Mulheres confusas, de guerra e de paz,

(Mulheres – Martinho da Vila)



Sempre após o final de um relacionamento, vinha a dor, a raiva, o desprezo, o choro.


Mas mesmo assim, nunca ninguém me viu ou ouviu falando mal de uma ex-mulher ou ex-namorada. Mesmo que o término do relacionamento tenha se dado por traição, falta de amor, engano ou, simplesmente, pelo prazo de validade.


Foram várias mulheres em minha vida. “Com uma ate certo tempo fiquei, pra outras apenas um pouco me dei”.


Por uma eu desisti de sonhos, muitos sonhos. Por outra, desisti de ótimos convites profissionais. Outra ainda, nada fiz, apenas fiquei, esperei. Outra mudei completamente. Outra, fui pai, mãe e irmão.


Mas todas foram importantes na minha formação, na minha vida, no meu crescimento.


Eu as respeito muito pelo que fizeram e, principalmente, pelo que foram pra mim.


Nunca me arrependi de desistir de algo por alguém ou mudar objetivos já traçados. Todas as decisões valeram a pena, pois recebi amor, carinho, convivência em troca.


Não deu certo? Como não? Claro que deu... e deu muito certo. Cada uma foi a mulher certa na hora certa da minha vida.


Fui feliz, sorri, chorei, cresci, parei, mudei, sofri, aprendi, abdiquei, amei. Cada uma, um amor. Cada uma, uma intensidade.


Não precisei ficar uma vida inteira com alguém pra sentir que ela era a mulher da minha vida naquele momento. Cada uma fez parte de uma parte da minha historia.


Não choro por elas, não me arrependo, não as critico. Apenas as amei de paixão e amo em lembranças.


Se errei com elas ou elas erraram comigo, não lembro, não importa, não quero saber. Lembro apenas das risadas, das vitorias, das conquistas, das felicidades, do amor.


Voltaria no tempo para tê-las da mesma forma, pelo mesmo tempo, com a mesma intensidade. Se elas iriam me querer de novo, é outra historia... Talvez (ou com certeza), não!


Mas não me arrependo. Não me arrependo um minuto, um segundo, um centímetro, um milímetro sequer.


Pelo contrario. Tenho prazer de apontar uma ex na rua, numa foto, num vídeo... Tenho orgulho, alegria, uma avalanche de sentimentos indescritíveis que fazem meu coração acelerar.


Elas viveram meu mundo (e eu os delas), elas me completaram, elas me deram carinho, ombros, palavras, amor.


Não tenho vergonha, não me arrependo, não escondo.


E pra todas elas é que deixei o final da musica do Martinho da Vila, pois cada uma foi, ao seu tempo, a MINHA AMADA:


“Mas nenhuma delas me fez tão feliz
Como você me faz”.


Obrigado vocês, por terem feito (e talvez ainda fazer) parte da minha vida e da minha historia.


Amo vocês!
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segunda-feira, 14 de março de 2011

Pilulas... (21)

OFERTA IMPERDÍVEL

Como tenho algumas horas livres, com insônia pela madrugada, e precisando ganhar uns extras, resolvi ser, também, um 'velhinho de programa'.


"Idoso charmoso, com lindos olhos meio verdes (cobertos com cataratas), loiro (só dos lados), Atlético (sou torcedor), corpo malhado (pelo vitiligo), e sarado (das doenças que já tive), um metro e noventa (sendo mais ou menos um de altura e noventa de largura).

Atendo em motéis, residências, elevadores panorâmicos, etc. Só não atendo em 'drive-in' por causa das dores na coluna. Alegro festa de Bodas de Ouro, convenções e excursões da Terceira Idade. Meço pressão, aplico injeções e troco fraldas geriátricas, tudo com o maior charme.

Atendo no atacado e no varejo. Traga suas amigas. Maiores de sessenta e cinco, por força de lei, não pagam, mas só terão direito à horário recomendável para a saúde.

Serão concedidos descontos para grupos: quanto mais nova, maior o desconto.

Por questões de vaidade, não serão permitidas filmagens, pois, no momento, estou precisando operar uma hérnia inguinal, meio anti-estética.

Na cama, dou sempre 03 ...
03 opções sexuais para a parceira: mole, dobrado ou enroladinho...

Como fetiche, posso usar touca de lã, pantufas e cachecóis coloridos.

Outra GRAAAAAAANDE vantagem: já tenho 'Parkinson' o que ajuda muito nas preliminares...

TOTAL DISCRIÇÃO
, pois o 'Alzheimer' me faz esquecer tudo que fiz na noite anterior. "


(autor desconhecido)
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terça-feira, 8 de março de 2011