sábado, 21 de agosto de 2010

Pensando... (25)

ELEIÇÕES

Confesso que não tenho visto o horário eleitoral gratuito. Não que eu não goste, mas por absoluta falta de tempo mesmo.

Mas mesmo assim, já to sabendo de algumas “figuras” que estão concorrendo. São humoristas, ex-jogadores, cantores, atores, pessoas desconhecidas com apelidos hilários e inacreditáveis.

Pelo que me contam, o horário eleitoral gratuito está virando uma “Zorra Total”, onde só se faz graça. Graça com uma coisa séria que é o futuro do país.

São pessoas despreparadas que procuram utilizar-se de prestígio adquirido de alguma forma através da mídia, seja nos esportes, humorismo ou música.

Mas isso não tem graça. Ou melhor, não deveria ter.

Mas os eleitores se divertem assistindo e já começam a anunciar seu voto naquele humorista ou naquele ex-jogador ou então, naquele cantor.

Eu pergunto: qual a plataforma deles? O que eles estão propondo? Que pretendem fazer se eleitos forem?

Meus amigos, política é uma coisa séria. E o voto é de suma importância na vida de um país, pois ele que define seu rumo e seu futuro. Comparo o voto à caneta de um juiz, que sentencia o futuro de um réu, seja pra absolvição ou pra condenação.

O voto é o poder que o eleitor possui. É a única força que ele tem pra fazer uma revolução. Não adianta querer fazer revolução como o MST. Revolução, atualmente, só fazemos através do voto.

Mas parece que estão brincando com o voto. Estão achando engraçado dizer que vão votar naquele humorista que se faz de bobo na propaganda eleitoral. Bobo? Ele? Fala sério. Bobo é você que vai votar nele.

Nas eleições passadas elegeram o Clodovil e o Enéas (ambos já falecidos), porque eram personagens diferentes da política. Digo personagens, pois hoje todo candidato cria um personagem prá se diferenciar do outro (exceto o Clodovil, que era bicha mesmo). E o que eles fizeram? Fizeram a revolução, no Congresso, que tanto alarmaram? Absolutamente não! Porque eram pessoas despreparadas pro cargo. Apenas ganharam e gastaram o dinheiro, que damos à eles através de impostos. Nos dois casos, ainda tiveram a sorte de terem as despesas com os funerais pagas pelo povo. Triste, mas real.

Agora eu pergunto: você sabe quem dita os rumos de um pais ou estado? O Presidente e o Governador, certo??? ERRADO!!!!

Presidente e Governador apenas gerenciam um país ou estado DE ACORDO COM AS LEIS. E quem faz as leis? Os deputados e senadores. Percebem agora a importância deles?

O salário mínimo é pouco? É lei aprovada pelos deputados e senadores. Faltam hospitais e escolas? É o orçamento aprovado por eles. Impostos, burocracia, concursos público, tudo, absolutamente tudo, é criado e votado por deputados e senadores.

O salário dos deputados e senadores é astronômico? Eles que decidem isso. Eles tem 90 dias de férias no ano (isso mesmo, 90 dias)? São eles que votam isso.

Depois ficamos na frente da TV irritados com os absurdos e abusos que os deputados e senadores cometem, desde contratação de parentes, passando por salarios altos que recebem, até leis que beiram o ridículo. Ou então, rimos rios com programas tipo CQC, que mostra o quão despreparados são esses senhores.

Dai nos perguntamos: “como um sujeito desse consegue se eleger?”. Simples. Com o meu voto. Com o seu voto. Com aquele voto que você decidiu fazer bagunça, brincadeira e não levar a sério.

Se ele está lá, não chegou sozinho. FOI VOCÊ QUE O COLOCOU LÁ.

E não me venha falar em votar nulo ou em branco, porque é a mesma coisa. Você apenas está "tirando o corpo fora", lavando as mãos, como fez Pilatos. Voto nulo ou branco nada mais é do que um voto pro vencedor, pro eleito. Logo, você também o ajudou, o elegeu.

O que mais ouço é que “política é só roubalheira”, que “dá nojo” e o principal: “odeio política”. Mas política é voto! E voto consciente.

Você não precisa gostar de política. Você precisa apenas entender um pouco de política. Saber em quem está votando e o que ele pretende fazer enquanto estiver representando você.

Quando vejo pessoas reclamando da cidade ou do país, digo que a culpa não é dos políticos e sim de quem os colocou lá. Ou seja, a culpa é nossa! Se está essa droga, nós somos culpados. Bastava colocar alguém preparado. Difícil? Sim! Mas não impossível.

E se o candidato que você votar te decepcionar? Simples! Não vote mais nele. Expulse-o, através do voto, do Congresso. Até que os demais comecem a ficar com medo de não serem reeleitos e trabalhem de fato.

Não podemos reclamar das pessoas que colocamos lá. Temos que mudar isso. E a hora é a cada 4 anos.

John Kennedy, presidente dos Estados Unidos da América, em seu discurso de posse disse: “Não pergunte o que o País pode fazer por você, mas sim, o que você pode fazer pelo País”.

E pelo País, a coisa mais importante que você pode fazer é votar. Votar consciente. Votar direito. Votar pra mudar esse cenário absurdo que vemos hoje.

Fica a dica!

Em Tempo: Antes que perguntem pra quem vou votar, digo que pra ser Presidente tem que ser uma pessoa preparada, pois ele é o nosso cartão de visitas no exterior. Cansei de passar vergonha com nosso presidente despreparado e não quero eleger uma pessoa tão despreparadAAA quanto ele. Quanto a deputado, voto em pessoas da minha região, porque quero ver minha querida terra crescer cada dia mais.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pensando... (24)

O QUE ME IMPORTA!

Incrível como a idade muda as pessoas. Coisas que eram utopias ou meros devaneios, passam a ser requisitos fundamentais numa nova etapa da vida.

Lembro minha adolescência e juventude, quando um par de olhos claros me chamava a atenção. Os requisitos básicos para merecer uma paquera era ter corpo perfeito, seios durinhos, bundinha empinadinha, cintura fina, coxas grossas e torneadas, aliados à um rosto angelical, boca carnuda e sorriso encantador.

Já naquela época eu via mulheres lindas com homens nem tão lindos (e vice-versa), como se não as merecessem, e ficava imaginando o que levava tão bela criatura a estar com um ser tão abaixo de sua beleza.

Maldosamente me vinha respostas na mente como dinheiro, sexo, posição social, carro, etc. Mas essas “bobeiras” não me atraiam. Atraia, sim, um rosto lindo e um corpo perfeito. Não me via com alguém que não fosse assim.

E assim seguiu-se os anos. Tive mulheres maravilhosamente lindas, cujos corpos pareciam ter sido esculpidos à mão por um inspirado artista, além de rostos desenhados pelos deuses.

Fui muito feliz com elas. Elas me fizeram muito bem e estão guardadas carinhosamente em minhas recordações, fazendo parte de minha vida, cada uma à sua maneira.

Mas, talvez, o que eu não tenha percebido naquela época, é que elas me fizeram bem e feliz não pelos corpos e rostos, mas pelo interior que possuíam. Pela maneira como me tratavam, como me amavam, como cuidavam de mim.

Deram todo carinho, compreensão, paciência, amizade, cuidados, atenção, bronca, ajuda e, principalmente amor. Amei e fui muito amado.

Hoje, voltando no tempo e relembrando os vários momentos que passei com essas pessoas, falha-me a memória quando tento reconstituir seus rostos e corpos. Não lembro mais como era a boca, o sorriso, os olhos, os seios, o corpo todo.

Mas a recordação é extremamente nítida quando vejo as ações, as palavras, os atos delas comigo. Recordo-me de momentos deliciosos, de situações, de passagens. As conversas, os abraços, o calor dos corpos, as palavras de apoio ou de amor. Até as brigas, que me faziam pensar e mudar a atitude em relação a muitas coisas.

Curioso notar, hoje, que me aproximei de pessoas lindas externamente, mas me apaixonei pelo interior delas. Tenho certeza que se tivessem apenas a beleza corpórea, muitos relacionamentos não teriam durado tanto quanto durou.

Foram pessoas que tinham (e ainda devem ter) uma beleza infinita interna, a despeito da beleza exterior, que com o tempo se vai ou, às vezes, sai com água e sabão.

Hoje entendo aquelas pessoas que eu via e pareciam não combinar, ante a disparidade de beleza. E vejo que a razão não era classe social, dinheiro ou sexo. Era uma beleza interior que só enxerga quem olhos preparados para ver além do que lhe é mostrado.

Talvez isso explique muitos casamentos que acabam quando a beleza de um, de outro ou dos dois, acaba. É a famosa embalagem bonita que adquirimos, mas ao abri-la, perde sua função, qual seja, apenas adornar um produto. Esse sim, o produto que está dentro da embalagem, é que deve nos agradar, senão tomará o mesmo destino da embalagem.

Há tempos, assisti um filme de um cara que só se preocupava com beleza exterior. Ele foi hipnotizado de forma a “ver” a beleza interior das pessoas e se apaixonou por uma gorda imensa. Ele a via como a mulher mais linda do mundo, com formas perfeitas e rosto maravilhoso. Os amigos, que não estavam hipnotizados, viam a mulher tal qual ela era: uma baleia. Ao final, quando ele sai do estado hipnótico, demora um pouco para aceitar a situação (justo ele que sempre se preocupou com beleza), mas descobre-se perdidamente apaixonado pelo que “ela era” e não “como ela era”. E, como todo filme hollywoodiano, viveram felizes para sempre.

Vi o Neto naquele filme. Aquele panaca, idiota, ridículo, era eu! Via atributos efêmeros e cegava-me diante de interiores fascinantemente belos.

Não estou aqui reclamando de ninguém em especial. Pelo contrário. Se meus relacionamentos duraram foi porque estava com pessoas lindas externa e, principalmente, internamente.

Vejo hoje que uma mulher linda serve pra agradar amigos e conhecidos. Claro, é agradável estarmos com alguém linda. Mas a experiência me leva a querer uma pessoa linda internamente. Que se dane meus amigos e colegas. Que a achem feia demais pra mim, mesmo eu não sendo um deus grego.

Eu quero que ela me faça bem, que me dê paz, que puxe minha orelha, que me dê bronca, que ria das minhas piadas (a maioria, infames), que seja inteligente, amiga, companheira, amante, parceira, sócia, mãe, irmã, colega, cúmplice, comparsa. Que participe da minha vida tanto quanto eu vou participar da vida dela. Que me ame incondicionalmente tanto quanto eu vou amá-la da mesma forma.

E dane-se sua aparência externa, pois a beleza interior tende a aumentar com o passar dos anos ao contrário da exterior. E é isso que quero: uma pessoa cada dia mais linda internamente e mais desejada por mim!

E a beleza interna está associada, única e exclusivamente à inteligência. Não pode ser bela uma mulher burra, mas uma burra pode ser bela, sim senhor!

Então, parafraseando o ‘poetinha’ que uma vez pregou: “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”, tomo a liberdade de adaptar sua frase ao meu momento: “as burras que me desculpem, mas inteligência é fundamental!”.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pilulas... (13)

Ser ADVOGADO é ser bom, quando necessário.

Ser justo, sempre.

Ser intransigente com a injustiça e a ilegalidade.

Ser solidário com o inocente.

E ser duro com o infrator.

Parabéns à todos os ADVOGADOS pelo dia de hoje (11/08).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Pensando... (23)

Sábado passado passei em frente à danceteria da cidade e vi uma movimentação diferente. Como eu sabia que naquele sábado não teria balada, aproximei-me curioso e descobri do que se tratava: Noite da Balada Gospel, com alguns jovens comprando ingressos, outros vendendo, outros decorando o ambiente.

Como ao lado da danceteria tem uma sorveteria, comprei um sorvete, sentei num banco e fiquei olhando o pessoal e pensando. Enquanto pensava, caixas e mais caixas de refrigerantes entravam na danceteria. Algumas camisetas eram distribuídas. E eu lá, imaginando como deveria ser uma balada gospel: sem cerveja, sem cigarro, sem qualquer tipo de álcool.

Mas será que xavecar pode? Imaginei um xaveco gospel: “Em nome de Jesus, me dá um beijo na boca?”. Mas será que beijo na boca pode? É pecado? Acho que não, desde que não seja beijo de língua.

Mas brincadeiras à parte, meus pensamentos me levaram à minha adolescência, quando meus pais me aconselhavam e explicavam os riscos do mundo. Cuidado com quem andava, não beber, não fumar (esses dois conselhos acho que tava dormindo, porque não adiantou muito), cuidado com drogas, dirigir com cuidado, não aceitar bebida de estranhos, pois poderia ter alguma “bolinha” dentro, etc...

Meus pais me prepararam pra enfrentar o mundo, seja o lugar que eu estivesse. Numa balada cheio de bêbados, drogados ou numa balada gospel. Tive uma educação rígida e eles moldaram meu caráter pra ser responsável em qualquer lugar que estivesse.

Lembrei também, quando tinha 16 anos e freqüentava a igreja católica, que indaguei o Padre Alampe, se era pecado pular carnaval, ao que ele me disse: “Filho, se você for com pensamento ruim, querendo fazer mal à alguém, usar drogas, procurar brigas, maltratar ou destratar pessoas, você estará pecando seja no carnaval, no baile da igreja ou até mesmo dentro da igreja. É sua consciência que dirá se é pecado brincar o carnaval ou não. Se você for apenas se divertir, não será. Do contrário...”.

Segui os ensinamentos de meus pais e do Padre Alampe. Em toda minha vida freqüentei vários carnavais e baladas, desde as de classes mais baixas até as de elite, e nunca dei vexame, nunca briguei, nunca fiz nada que envergonhasse a mim ou aos meus pais, ou que minha consciência pesasse.

Então, não é o local que decidirá meu comportamento e sim minha índole e consciência que me fará comportar de maneira correta.

Voltando à balada gospel, fiquei pensando: será que os ensinamentos que os pais e pastores dão aos filhos e fiéis não bastam pra que eles enfrentem a vida e carnavais, baladas e encontros que não sejam gospel? Eles só podem ir em bailes gospel porquê? Porque, teoricamente, nesses lugares não há perigo, já que não tem álcool e drogas? Que mundo cor de rosa esse...

Mas no dia a dia, há o perigo de encontrar drogas, álcool e outras coisas “do diabo”. Então porque “separar” as pessoas ao invés de educa-las? Já não basta a separação cega que se está criando, com locais exclusivos para negros (faculdades, clubes, etc), para mulheres (vagões de metrô e trens), ou para GLS (bailes e passeatas)??? Agora vai criar separação para os evangélicos também?

Acho que a educação e religião se enganam. Devem preparar a pessoa pra enfrentar todos os lugares. Entrar em todos os lugares sem se deixar cair em tentação.

Assim como os negros não devem se exilar em recintos próprios para eles (pois estão praticando o racismo contra os brancos, amarelos e vermelhos), os evangélicos deveriam poder freqüentar baladas, mesmo que haja drogas e bebidas, pois acredita-se que iriam às baladas para divertir e não para consumir essas coisas, já que pra isso, nem é preciso sair de casa.

Sinto saudades da minha infância e adolescência, quando brancos, negros, vermelhos, homens, mulheres, evangélicos, presbiterianos, católicos (desculpem-me os gays, mas os que eram, não diziam), se reuniam, brincavam, divertiam e estavam sempre juntos.

Hoje, o mundo torna-se, cada vez mais, um grande salão cheio de divisórias, com cada “tribo” ficando apenas com os seus “semelhantes”, esquecendo-se que somos todos pertencentes de uma mesma raça (a humana) e filhos de um mesmo Deus!

Nesse ritmo, aguardem para breve: bar, pizzaria, danceteria, escola, clube e empresas apenas para evangélicos ou negros ou mulheres. E cada vez mais vamos distanciando-nos uns dos outros.