quarta-feira, 23 de junho de 2010

Lembranças... (32)

Pra quem não sabe, já fui casado... Aliás, casado em um super-casamento... Teve de tudo. Noiva de vestido branco, véu, grinalda, noivo de smoking, padrinhos e mais padrinhos engravatados (muitos vestindo terno pela primeira vez na vida), igreja enfeitada, familiares vindo de muito longe, super-festa em um clube da cidade, banda pra animar a festa. Ou seja: um casamento dos sonhos.

Antes de mais nada, quero deixar um conselho aos futuros noivos: nas duas semanas que antecedem ao casamento, mantenham-se longe um do outro. É a época de maior encrenca. “Nada dá certo”. “Não vai dar tempo”. “O vestido não tá pronto”. “O buffet não vai dar conta dos convidados”. “O dinheiro acabou”. “A lista de convidados aumentou”.

É a época que se cancela o casamento mil vezes. E para cada cancelamento, é um término de noivado. Realmente, uma aventura isso tudo. Depois que se “sobrevive” à esse período, a garantia de um casamento duradouro é imensa (menos no meu caso, é claro).

Mas voltando ao casamento, já sabendo desse período tenebroso através de avisos de amigos que haviam casado antes, procurei manter uma certa (e segura) distância da minha noiva e deixar as decisões somente pra ela. Somente me pronunciava quando solicitado (exemplo de futuro marido perfeito, né?).

Uma de minhas (poucas) atribuições era o de fazer um minúsculo cartãozinho, do tamanho de uma caixinha de fósforo, com os dizeres: “Obrigado pela sua presença. Aguardamos sua visita em nossa residência. (endereço). Juliana e Neto”.

Ah... também tive que experimentar meu smoking diversas vezes, porque sou um tamanho meio fora de tamanho.

Esse cartãozinho que fiz no computador (coisa rara na época – 1994), iria preso, com um lindo laço vermelho e dourado, num sachê de pedaço de sabonete envolto num tecido transparente, fino e cheio de rendas. Coisa xiki, benhêêê...

O pedaço de sabonete cortado em quadradinho era bem cheiroso, e dentro de um tecido lindo, dava uma fragrância deliciosa à lembrancinha do casamento.

Casamos na Igreja da Catedral e fomos pra festa na AABB de Itapeva. Lá foi realizado o casamento civil, cortamos o bolo e dançamos a valsa. Logo após a valsa, foi servido um jantar aos convidados.

Como eu tinha ajudado na organização dos lugares dos convidados, coloquei estrategicamente todos meus amigos em mesas próximas do bar, de onde sairia a bebida mais gelada da festa. E pra lá me dirigi, afinal era meu casamento e queria me divertir e aproveitar um pouco.

Claro que pedi permissão da minha (agora) esposa, que consentiu, pois eu estaria ao alcance de sua vista (ela já era ciumenta nessa época).

Enquanto bebia e me divertia com meus amigos, minha esposa veio até mim com uma cesta cheia dos sachês com o cartãozinho pra distribuir aos convidados. Me convidou a ajudá-la. Mais uma vez, pedi “permissão” pra ficar com eles, bebendo mais um pouco.

Novamente ela consentiu. Ahhh, que esposa maravilhosa que arrumei.

Quando estava saindo de perto dos meus amigos, um dos padrinhos de casamento, o Marcelo (protagonista do post “Lembranças... 25”), esticou o braço e retirou uma lembrança da cesta da minha esposa, quase derrubando todas as demais.

O Marcelo já tava bem altinho, motivo pelo qual sua esposa ralhava com ele pra se comportar e não dar vexame.

Ali, no meio da roda de amigos, notei que o Marcelo pegou o sachê, leu o recadinho sem dar muita importância, abriu o tecido e... enfiou todo na boca!

Fiquei olhando pra ele, sem entender. Até comecei a dar razão pra esposa dele, pois devia estar muito bêbado pra comer sabonete.

Depois de duas mastigadas ele engoliu o pedaço de sabonete. Seus olhos lacrimejaram. Ele olhou pros lados, levantou-se, veio até mim, me puxou pra um canto da festa e falou, todo preocupado:

- Neto, me desculpe meu amigo, mas avisa a sua esposa que o chocolate tá estragado. Tá com gosto muito ruim!.

Voltei pra roda de amigos e tentei contar pra galera o que tinha acontecido. Mas não conseguia parar de rir. Enquanto isso ele avisava toda galera prá não comer do “chocolatinho da lembrança”.

Pensando... (22)

Esses dias li num jornal de Itapeva um texto de um articulista (professor da Faculdade de Direito de nossa cidade e Delegado de Polícia), que a avenida de entrada da cidade está cheia de travestis se prostituindo e por conta dessa quantidade (e local, haja visto ser a porta de entrada da cidade), Itapeva deveria ser chamada de Capital dos Travestis.
Me indignei contra esse texto e fiz esse artigo, que ainda não sei se enviarei ao mesmo jornal.


Capital dos Minérios ou Capital do Povo Honesto?


Talvez minha maior frustação seja o fato de não ter nascido em Itapeva, pois, em razão de minha mãe ser professora (hoje aposentada), nasci na cidade de São Paulo, mais precisamente, no Hospital do Servidor Público.

O que era motivo de orgulho na infância e adolescência (ser paulistano), com o passar dos anos tornou-se uma decepção. Nada contra a cidade de São Paulo. Mas meu coração é itapevense!

Graduei em duas faculdades fora de Itapeva, morei em outras cidades, viajei bastante, mas sempre retornei aos braços de minha querida Itapeva. A cidade que me adotou e que eu a adotei.

Sempre fiquei indignado ao escutar reclamações de falta de opção, de lazer, de empregos, de faculdades, etc. Pra essas pessoas dizia: “Não reclame, trabalhe. Faça algo”. Senão, apontava a direção da rodoviária ou do Pilão D´Água e dizia “vá com Deus, você não merece Itapeva”.

Admiro o povo que aqui mora, trabalha e não reclama. Que faz sua parte na dura tarefa de transformar esta em uma cidade melhor para si e para seus filhos.

Admiro mais! Admiro os “forasteiros” que aqui fixaram residência e hoje ganham seu pão, graças à Itapeva.

Mas não aceito quando alguém diminui, agride ou fala mal de minha querida Itapeva. Não aceito, seja ele nascido aqui ou um simples forasteiro, que está de passagem até ser transferido.

Por isso escrevo ao nobre articulista deste jornal, que dias atrás alcunhou Itapeva como a “Capital dos Travestis”: não concordo com sua posição. Mais ainda. Digo que o mesmo deve desculpas à essa cidade e seu povo que tão bem o acolheu, pois se hoje ele possui patrimônio, foi graças ao seu suor e à Itapeva.

Senão vejamos: se por causa de “meia dúzia” de travestis que perambulam na entrada principal da cidade, devemos taxar Itapeva como “Capital dos Travestis”, porque não deveríamos taxá-la de “Capital dos Bandidos”, em razão da superlotação de nossa cadeia?

Porque não taxá-la de “Capital dos Pobres”, em razão das várias favelas existentes em nossa cidade? Porque não taxá-la de “Capital dos Cachorros”, pela quantidade desses animais soltos pelas ruas? Porque não taxá-la de Capital dos Buracos... Capital das Ruas sem Asfalto... Capital do Congestionamento... Capital da Falta de Vagas para Estacionamento... e por ai vai...

Não! Isso é olhar apenas para um lado de um todo.

Itapeva tem sim seus problemas, como qualquer cidade. Que fique bem claro que não estou colocando os travestis como um problema (Hoje temos que ser politicamente corretos). Eles são apenas mais uma realidade de nossa cidade, como as que enumerei acima.

Mas Itapeva tem mais. Muito mais! Itapeva tem gente bonita. Itapeva tem gente honesta. Itapeva tem gente trabalhadora. Itapeva tem história. Itapeva tem mais de duzentos anos de vida.

Afinal, o que Itapeva tem mais: travestis ou trabalhadores? Travestis ou pessoas honestas? Travestis ou gente bonita? Travestis ou gente educada? Logo, somos a “Capital dos Trabalhadores”, da “Honestidade”, da “Beleza”, do “Povo Educado”. MAS NUNCA DOS TRAVESTIS.

Já basta duas cidades do Brasil terem a alcunha desse gênero, não precisamos de uma terceira por conta de meia dúzia deles somados à um articulista que, olhando apenas para entrada da cidade, não vê a beleza estendida nos outros cantos do município, onde temos trabalho, beleza, honestidade e educação, entre outros.

Para cada travesti que me apresentarem na cidade eu lhe apresentarei mil trabalhadores, mil pessoas bonitas, mil pessoas educadas e mil pessoas honestas. E então? Somos capital de quê?

Desculpe, nobre articulista. Tenho enorme apreço pelo senhor e admiro muito seu trabalho em pról de nossa cidade. Respeito sua opinião e entendo que queria mostrar o problema que assola “minha” cidade, com o aumento desenfreado de travestis e sua maneira de ganhar a vida.

Mas acho que exagerou na dose do remédio, transformando-o em veneno. E um veneno que não aceito tomar, pois sou itapevense de coração e tenho a plena certeza que moro na Capital dos Minérios, mas que também poderia ser conhecida como Capital da Honestidade ou Capital dos Trabalhadores ou Capital da Beleza ou ainda Capital da Educação.

Sinceramente, Itapeva não merecia isso de um filho (adotivo) seu...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pensando... (21)

Carta Aberta Aos Meus "Amigos"

Há alguns meses fui acusado por uma amiga... alias, mais que amiga... alguém que eu considerava uma irmãzinha... de ter dito e feito uma coisa... Juro por tudo que é mais sagrado que não disse e nem fiz.

Ela preferiu acreditar em outra pessoa (talvez em razão do parentesco) e me acusou de várias coisas, dizendo que as brigas que havia na turma era sempre minha culpa, que eu não era confiável, entre outras coisas...

Tentei argumentar com ela. Conversar. Mas ela não quis ouvir minha “versão”. Em momento algum eu ia pedir desculpas, porque não fiz. Apenas mostrar que eu não tinha feito. E ia provar na frente da pessoa que havia dito a ela. Mas ela fugiu. Sumiu.

O pior de tudo é que ela fazia (e ainda faz) parte da turma que eu freqüentava. Da turma que estava comigo há mais de 10 anos. Da turma que eu considerava mais que amigos: IRMÃOS.

Fui um a um, em todos meus amigos, conversar com eles. Ouvir deles se eu tinha comentado algo sobre ela. Se acreditavam em mim. Foram unânimes em dizer que eu nunca tinha dito nada a eles e que “confiavam”.

Ora, se com eles, que são meus irmãos e eu confio, eu não falei nada, porque eu falaria pra um desconhecido, como ela me acusa? Isso, por si só, provaria que não falei e nem fiz.

Mas tudo bem. Tenho minha consciência tranqüila. Não fiz nada do que ela disse. Nem dessa vez e nem das outras (que ela também acusou).

Perdi a amizade dela. Sinto muito por isso. Ela era minha irmãzinha e eu a amava muito.

Mas... mais que isso: perdi a amizade dos outros “amigos”. Não por eles. Mas por mim.

Porque me doeu muito uma coisa que eles fizeram. Ou melhor: uma coisa que NÃO FIZERAM!

Quando comentei com eles o que havia acontecido, esperava deles palavras de conforto, que ficassem do meu lado, afinal me conhecem como poucos... que me dessem força, me defendessem, e que confiassem que eu não havia feito e nem dito nada. Esperava mais: esperava que intercedessem em minha causa. Que me defendessem perante minha amiga. Não que brigassem com ela, mas que conversassem e intermediassem uma conversa. Que mostrassem prá ela que eu nunca faria isso.

O que eles fizeram? NADA! Absolutamente NADA.

Pensei, de coração, que eu tinha amigos. Amigos que eu sempre defendi. Que eu sempre lutei por eles. Que, quando dava encrenca na turma, eu tentava amenizar (ao contrário do que ela me acusou).

Mas descobri que eu era amigo de churrasco apenas. Amigo de cervejada. Aquele amigo que vai na casa do amigo e leva 10 reais pra festa.

Como não me defenderam, devem pensar de mim a mesma coisa que ela pensa. Que fui eu quem falou e fez o que ela tanto me acusa.

Afastei-me de todos. Não os tenho mais como amigos. Nem posso tê-los assim. Porque na hora que mais precisei, não foram meus amigos, meus irmãos. Foram simples colegas, que ouviram tudo e ficaram na deles.

Sei que eles continuam amigos entre eles. E desejo vida longa à amizade deles. Ainda me dói não participar da turma. Sempre fico sabendo de suas festas, reuniões e bagunças... Dói muito, mas é a vida.

O tempo é sábio. É o senhor de todos os males. Quem me difamou, sabe o que fez. Sabe que mentiu. E vai ter que tomar cuidado redobrado daqui pra frente, porque não sou eu quem vai fazer a sua máscara cair. Ele próprio fará! Pois isso é da índole dele. É da alma dele. Ele é mentiroso. Não vai mudar. Vai prejudicar outras pessoas. Por isso que tá patinando até hoje.

E a minha amiga vai “descobrir” ele. E vai ver que “escolheu” a pessoa errada pra acreditar. Não tenho pressa. Um dia a verdade aparecerá. Sei disso!

Já meus ex-“amigos”... desejo toda felicidade do mundo. Sem mágoas. Apenas torço pra que um não precise do outro um dia, pois pode acontecer de ser abandonado como eu fui!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pilulas... (12)

Pior que estar solteiro no Dia dos Namorados é estar namorando no Carnaval!!!

Aviso

Faz tempo que não atualizo meu blog.

E por isso, ando recebendo várias "cobranças".

Prá sossegar meus seguidores (fãs), aviso aqui q estou voltando..

bjus e abraços a todos...