Passei no vestibular. Que alegria. Meus pais estavam muito orgulhosos, pois seu primogênito iria cursar Análise de Sistemas (Computação) na Faculdade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná, que segundo ouviram falar, era a profissão do futuro.
Na época, em 1.986, computador era mais caro que automóvel. Logo, o máximo que tinha conhecia de computador eram aqueles “armários” enormes nos filmes com duas rodas virando de um lado pro outro, enquanto milhares de luzes acendiam e apagavam.
No primeiro dia de aula, o professor demorou entrar na sala e ficamos conversando e nos conhecendo. Éramos quarenta alunos, recém-saídos da adolescência e nervosos por estar entrando numa faculdade.
Nas conversas pude notar que, praticamente, todos já conheciam um computador e pelo menos uma linguagem de programação: o famoso Basic. Alguns até já trabalhavam com computadores em bancos, empresas e estavam lá apenas prá “pegar” o diploma, pois pareciam entender tanto quanto os professores que eu nem conhecia ainda.
Fiquei quieto. Não podia deixar transparecer minha ignorância total e minha absoluta falta de conhecimento no ramo. Mas essa ignorância logo iria aflorar prá sala toda.
Depois de muito tempo entrou o professor, um sujeito novo, alto, magro, de bigode e se apresentou como funcionário do Centro de Processamento de Dados da Faculdade e que, devido ao conhecimento que tinha na área, nos daria aula de Introdução à Informática, vez que por tratar-se de um curso novo no país, ainda não haviam profissionais formados, o que obrigava que pessoas que tivessem algum conhecimento na área fossem habilitadas a ministrarem aulas.
Como todo início de curso, fez cada aluno levantar, se apresentar, dizer de onde vinha e o que conhecia de informática. Tremi mais ainda, pois me senti uma ilha cercado de nerds por todos os lados.
Me levantei, disse meu nome (Neto, é claro), que vinha de São Paulo (prá fazer moral, afinal Itapeva ninguém ia saber onde ficava) e que já “conhecia” computador sem, no entanto, me aprofundar que esse meu “conhecimento” se resumia a filmes e fotos de revistas.
Feitas as apresentações, o professor fez uma rápida explanação sobre a história do computador, nos apresentando o Eniac e Uniac, os primeiros computadores que utilizavam mais de trinta mil válvulas e cabiam num “pequeno espaço” apenas três vezes maior que a sala onde estávamos. Explicou que sua invenção foi exclusivamente militar, para derrubar aviões inimigos e que, tempo depois, passou a ser utilizado em vários outros segmentos de nossas vidas.
Deixou-nos orgulhosos por ter escolhido aquele curso e cheios de esperanças ao afirmar que estávamos desbravando o futuro, ao estudar e aprender a mexer em um equipamento que ainda nem era fabricado no Brasil. E por fim, deixou a sala a vontade prá fazer perguntas e esclarecer dúvidas.
Bom, se eu já estava me sentindo um estrangeiro na sala, me senti um verdadeiro ET no meio daquele monte de nerds, quando começaram a pipocar as perguntas, a maioria dúvidas técnicas.
Meu Deus, que mundo eu vivia? Não tinha a mínima idéia do que estavam falando. Bits, bytes (megabytes nem existia ainda), memória, inteligência artificial, balance line, armazenamento de dados, etc. E eu lá, quieto, vendo a boca do professor se mexer e eu não ouvindo nada além de “blá-blá-blá”.
O professor virou prá mim e perguntou, em tom de desafio:
- E o paulista? Não tem nenhuma dúvida?
Olhei prá ele enquanto viajava na confusão que tinha se formado na minha cabeça e juro que pensei em perguntar se com a minha pontuação ainda dava tempo de mudar de curso. Mas segurei.
Puxei pela memória e tentei relembrar os filmes que havia assistido, onde tinham computadores inteligentes que respondiam, num simples toque, todas as perguntas que lhes eram feitas. E surgiu uma dúvida, que se transformou numa pergunta brilhante! Pelo menos eu achava que era...
Olhei sério pro professor e falei:
- Sim, tenho uma dúvida: quando eu pergunto pro computador quem descobriu o Brasil, como ele sabe que foi Pedro Álvares Cabral? E como ainda sabe o dia, mês e ano?
Silêncio na sala. O professor me olhou, como se esperasse eu “concluir” a pergunta ou então dizer “to briiiiinnncannnndoooo”. Encarei-o, esperando a resposta. E comecei a ouvir um risinho aqui, outro ali até que me senti incomodado. E eu lá, sem entender nada.
Ele segurou o riso, se recompôs e viu que era séria a pergunta. E disse:
- Olha, paulista. Entenda que o computador é burro. Ele não sabe nada. Ele só saberá o que você ensinar a ele. Logo, se você ensinar que quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral, ele saberá te responder isso. Se você ensinar errado, ele responderá errado. Entendeu?
Sem responder que tinha entendido ou não, rebati:
- Mas professor, se eu sei que quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral, porque eu iria perguntar prá ele? Eu quero que ele me responda o que eu não sei, oras.
Foi o que faltava prá sala toda explodir numa gargalhada só. E eu lá, sem entender onde tava a graça. Até o professor riu. E muito, sendo salvo pelo sinal do final de aula, quando se retirou apressadamente da sala.
Desconfio que até hoje essa minha passagem é relembrada na sala dos professores durante o cafezinho e contada no primeiro dia de aula aos nervosos calouros, como uma forma de quebrar aquele gelo inicial.
Terminei a faculdade, mas nunca me dei muito bem com essa máquina burra, que me decepcionou logo no primeiro dia de aula.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Lembranças... (17)
Eu estudava na “Escola de Minas” e, como tradição de mais de vinte anos, lá havia o famoso “trote” nos calouros. No meu primeiro ano fui zuado, lambuzado de mil porcarias, a cabeça raspada, além de me fazerem pagar todos os tipos de trotes e micos.
No ano seguinte, cheguei ao primeiro dia de aula “babando” prá descontar nos pobres calouros tudo que eu tinha passado no ano anterior. Coitado deles. Judiei muito.
Já no terceiro ano, envolvido que estava com a música, nem liguei pros primeiros dias de aulas. Na verdade, não liguei nem pros dias seguintes, tendo abandonado o ano letivo ainda em maio, prá me dedicar somente à música. Nem precisa dizer a guerra que foi em casa, vez que sou (orgulhosamente) filho de jornalista e professora.
Soube, depois, que durante o trote houve uma briga entre um calouro, que não queria levar trote e um veterano que insistia, tendo o calouro ameaçado-o com uma faca. O azar dele é que tiraram sua faca e o cobriram de porrada. Alunos suspensos, trote proibido e eu em casa, estudando música.
No ano seguinte fui obrigado a voltar a estudar, com a pressão de levar a sério e me formar no curso de Mineração. Ia descontar nos calouros minha raiva de ter que estar na escola e não em casa estudando música.
Reunimos um grupo após as aulas e saímos correndo atrás dos calouros, que pareciam uma boiada assustada, com neguinho correndo prá tudo que é lado. Fazíamos tanto terrorismo que acho que tem calouro correndo até hoje. Conseguimos pegar alguns. Cortamos cabelos, judiamos e prometemos que no dia seguinte pegaríamos os que escaparam.
No dia seguinte chegamos no “Minas” babando, na expectativa do fim das aulas prá executar mais uma sessão de tortura e sadismo. Só que antes do intervalo, o Diretor chamou os veteranos que ele havia visto correr atrás dos calouros, prá tomar um “cafezinho” na sala dele. E lá foram uns trinta alunos, inclusive eu.
Broncas, avisos, ameaças de suspensão e até expulsão da escola. O Diretor estava bravo, pois o pai de um calouro havia feito um Boletim de Ocorrência. Queria saber quem era o responsável pelo trote, ou seja, o idealizador, o “cabeça”.
Todos quietos. Ele insistiu. Gritou mais e mais. E mandou que o “cabeça” (ou “cabeças”) desse um passo à frente. Entreolhamos-nos e como num acordo silencioso, acertamos de todos darem um passo à frente, afinal o que ele faria com todos se entregando? Não podia expulsar todos, nem mesmo suspender mais de trinta alunos de uma vez.
Acho que meus poderes de telepatia não funcionavam muito bem naquela época, pois dei um passo à frente, olhei pro lado e... ninguém!!! Olhei prá traz e todos fizeram cara de “não é comigo”.
O Diretor mandou todos voltarem às salas, exceto eu. E, possuído por uma bondade ímpar me fez escolher uma opção entre "expulsão" e "transferência" prá outra Escola. Foi um educada maneira de dizer “não te quero mais aqui”. Era pegar ou largar.
No dia seguinte, lá fui eu rumo à Escola “Otávio Ferrari”, onde fui um comportado aluno o ano todo.
No ano seguinte, cheguei ao primeiro dia de aula “babando” prá descontar nos pobres calouros tudo que eu tinha passado no ano anterior. Coitado deles. Judiei muito.
Já no terceiro ano, envolvido que estava com a música, nem liguei pros primeiros dias de aulas. Na verdade, não liguei nem pros dias seguintes, tendo abandonado o ano letivo ainda em maio, prá me dedicar somente à música. Nem precisa dizer a guerra que foi em casa, vez que sou (orgulhosamente) filho de jornalista e professora.
Soube, depois, que durante o trote houve uma briga entre um calouro, que não queria levar trote e um veterano que insistia, tendo o calouro ameaçado-o com uma faca. O azar dele é que tiraram sua faca e o cobriram de porrada. Alunos suspensos, trote proibido e eu em casa, estudando música.
No ano seguinte fui obrigado a voltar a estudar, com a pressão de levar a sério e me formar no curso de Mineração. Ia descontar nos calouros minha raiva de ter que estar na escola e não em casa estudando música.
Reunimos um grupo após as aulas e saímos correndo atrás dos calouros, que pareciam uma boiada assustada, com neguinho correndo prá tudo que é lado. Fazíamos tanto terrorismo que acho que tem calouro correndo até hoje. Conseguimos pegar alguns. Cortamos cabelos, judiamos e prometemos que no dia seguinte pegaríamos os que escaparam.
No dia seguinte chegamos no “Minas” babando, na expectativa do fim das aulas prá executar mais uma sessão de tortura e sadismo. Só que antes do intervalo, o Diretor chamou os veteranos que ele havia visto correr atrás dos calouros, prá tomar um “cafezinho” na sala dele. E lá foram uns trinta alunos, inclusive eu.
Broncas, avisos, ameaças de suspensão e até expulsão da escola. O Diretor estava bravo, pois o pai de um calouro havia feito um Boletim de Ocorrência. Queria saber quem era o responsável pelo trote, ou seja, o idealizador, o “cabeça”.
Todos quietos. Ele insistiu. Gritou mais e mais. E mandou que o “cabeça” (ou “cabeças”) desse um passo à frente. Entreolhamos-nos e como num acordo silencioso, acertamos de todos darem um passo à frente, afinal o que ele faria com todos se entregando? Não podia expulsar todos, nem mesmo suspender mais de trinta alunos de uma vez.
Acho que meus poderes de telepatia não funcionavam muito bem naquela época, pois dei um passo à frente, olhei pro lado e... ninguém!!! Olhei prá traz e todos fizeram cara de “não é comigo”.
O Diretor mandou todos voltarem às salas, exceto eu. E, possuído por uma bondade ímpar me fez escolher uma opção entre "expulsão" e "transferência" prá outra Escola. Foi um educada maneira de dizer “não te quero mais aqui”. Era pegar ou largar.
No dia seguinte, lá fui eu rumo à Escola “Otávio Ferrari”, onde fui um comportado aluno o ano todo.
Lembranças... (16)
Na 7ª série, eu entrei numa turma de voleibol na escola que estudava (Zulmira de Oliveira) somente prá escapar da Educação Física, pois odiava ficar correndo em volta da quadra e fazer abdominais.
O vôlei era um esporte totalmente desconhecido na época e taxado de feminino. Mas prá escapar da Educação Física valia enfrentar até o preconceito.
O Prof. Nildomar era o Professor de Educação Física da Escola e nos iniciou ensinando o “básico do básico”, com aulas de slides (isso existiu um dia), livros e marcações na quadra. Foram três longos meses de teoria até que pudemos, finalmente, pegar numa bola de vôlei.
Aprendemos bem e o time era bom. Todos com 12 e 13 anos de idade, na 7ª e 8ª séries. Entramos no campeonato escolar municipal. Vencemos com facilidade. Modéstia à parte, não havia adversário prá gente na cidade. Na fase seguinte, vencemos a região de Itapeva, tendo dificuldades apenas com um time de Itararé. Por dois anos consecutivos fomos para o Regional em Itapetininga e perdemos no último jogo, que nos daria vaga na final do Estadual.
Após a 8ª. série, praticamente o time todo foi estudar na Escola de Minas, que recebia alunos de várias escolas da região, e com isso, montamos um time ainda mais forte. Treinamos com afinco para o municipal. Nosso único problema: nosso técnico, o professor de Educação Física, que não era o mestre Nildomar.
Estávamos na categoria infantil e novamente ganhamos o municipal e o regional, com Itararé dando mais trabalho que o habitual. Na Região de Itapetininga, finalmente conseguimos a vaga pro tão sonhado Estadual.
A final foi em Cerquilho. Estávamos nós, o time de da casa, Tatuí e Sorocaba. Nosso primeiro jogo seria contra Tatuí e Cerquilho jogaria contra Sorocaba. Os vencedores fariam a grande final.
Assistimos ao primeiro jogo. Os dois times não eram muito fortes. Pelo contrário. Sentimos que se passasse por Tatuí, seriamos campeões estaduais fácil, fácil.
Só que ai começou nossos problemas: Tatuí e nosso técnico. Quando fomos para o vestiário, por engano entramos no de Tatuí e já ficamos assustados, pois dois jogadores do time deles faziam a barba. Ora, tínhamos apenas 14 anos e os caras faziam barba? Começou o nervosismo.
No vestiário certo, nosso técnico chamou a todos e abriu o chuveiro, o qual deixou pingando timidamente e mandou um a um passar por baixo, como se fosse uma benção. Rimos e fizemos o que ele mandou. Mal não faria, pois com uns pingos nem gripe pegaríamos.
No aquecimento da rede, o medo aumentou, pois eu que era o maior do nosso time (na época com 1,85m), era do tamanho do levantador deles, que era o mais baixo. Durante o aquecimento levamos bolada de tudo que era lado (uma conhecida forma de intimidação).
O primeiro set foi praticamente entregue. Não achamos a bola. Levamos boladas na cabeça, peito, pernas, cravadas, etc... Acho que perdemos por 15 x 4 (ou 5), numa época que havia vantagem, os pontos não eram corridos como hoje e ia até 15.
Antes de começar o segundo set, em conversa, decidimos que iríamos nos divertir, jogar sem compromisso, tentar jogadas ensaiadas e dar risada, pois a derrota estava anunciada.
Eles abriram grande vantagem de 10 x 3 em pouco tempo. Nosso técnico pediu tempo e, por incrível que pareça, ofereceu cigarro pro Adriano prá acalmá-lo, pois estava muito nervoso. Rimos. Relembramos que estávamos “brincando” e começamos a jogar, se atirar nas bolas, gritar e fomos encostando no placar até que conseguimos o que parecia impossível: viramos o jogo em 14 x 13.
Saque nosso, na mão do Dimas (que era excelente sacador). Um ponto prá irmos pro 3º e decisivo set. E o que aconteceu? Nosso técnico pediu tempo!
É. Isso mesmo. NOSSO técnico pediu tempo, alegando que estávamos nervosos demais e precisávamos nos acalmar prá encerrar o set. Foi um banho de água fria (pior que o do vestiário). Gritamos com ele, xingamos, ficamos nervosos e... desconcentramos.
O time deles, sem entender, voltou , recuperou a bola, pois o Dimas errou o saque, e virou o jogo, indo prá final, num jogo que havíamos crescido na hora certa e recobrado nossa confiança prá vencer (e com certeza venceríamos).
Na volta, dentro do ônibus, cabisbaixos, não parávamos de relembrar o que nosso técnico tinha feito. Perdemos o jogo por culpa exclusiva dele. E ele, sentadão na primeira poltrona do ônibus, achando que tinha feito o certo, viajava tranqüilo, até que levantou para pegar seu lanche, que havia comprado antes de entrar no ônibus e colocado na mochila.
De repente um grito: “Cadê meu lanche? Quem pegou?”. Silêncio total. Novo grito, dessa vez, ainda mais alto. Nada! Ninguém falou nada. Ele desferiu vários palavrões e voltou ao seu lugar, tentando dormir, bravo e com fome. E dormiu!
Na chegada à Itapeva, já de noite, ônibus escuro e em silêncio, fomos acordados com novos palavrões e gritos. Era nosso técnico que acordou “recheado” com ovo, bacon, hambúrguer e muita maionese e catchup por todo o corpo, desde a cabeça até dentro da roupa.
Ele mereceu. Ô se mereceu. Nossa sorte é que não estávamos por perto quando ele abriu sua mochila....
O vôlei era um esporte totalmente desconhecido na época e taxado de feminino. Mas prá escapar da Educação Física valia enfrentar até o preconceito.
O Prof. Nildomar era o Professor de Educação Física da Escola e nos iniciou ensinando o “básico do básico”, com aulas de slides (isso existiu um dia), livros e marcações na quadra. Foram três longos meses de teoria até que pudemos, finalmente, pegar numa bola de vôlei.
Aprendemos bem e o time era bom. Todos com 12 e 13 anos de idade, na 7ª e 8ª séries. Entramos no campeonato escolar municipal. Vencemos com facilidade. Modéstia à parte, não havia adversário prá gente na cidade. Na fase seguinte, vencemos a região de Itapeva, tendo dificuldades apenas com um time de Itararé. Por dois anos consecutivos fomos para o Regional em Itapetininga e perdemos no último jogo, que nos daria vaga na final do Estadual.
Após a 8ª. série, praticamente o time todo foi estudar na Escola de Minas, que recebia alunos de várias escolas da região, e com isso, montamos um time ainda mais forte. Treinamos com afinco para o municipal. Nosso único problema: nosso técnico, o professor de Educação Física, que não era o mestre Nildomar.
Estávamos na categoria infantil e novamente ganhamos o municipal e o regional, com Itararé dando mais trabalho que o habitual. Na Região de Itapetininga, finalmente conseguimos a vaga pro tão sonhado Estadual.
A final foi em Cerquilho. Estávamos nós, o time de da casa, Tatuí e Sorocaba. Nosso primeiro jogo seria contra Tatuí e Cerquilho jogaria contra Sorocaba. Os vencedores fariam a grande final.
Assistimos ao primeiro jogo. Os dois times não eram muito fortes. Pelo contrário. Sentimos que se passasse por Tatuí, seriamos campeões estaduais fácil, fácil.
Só que ai começou nossos problemas: Tatuí e nosso técnico. Quando fomos para o vestiário, por engano entramos no de Tatuí e já ficamos assustados, pois dois jogadores do time deles faziam a barba. Ora, tínhamos apenas 14 anos e os caras faziam barba? Começou o nervosismo.
No vestiário certo, nosso técnico chamou a todos e abriu o chuveiro, o qual deixou pingando timidamente e mandou um a um passar por baixo, como se fosse uma benção. Rimos e fizemos o que ele mandou. Mal não faria, pois com uns pingos nem gripe pegaríamos.
No aquecimento da rede, o medo aumentou, pois eu que era o maior do nosso time (na época com 1,85m), era do tamanho do levantador deles, que era o mais baixo. Durante o aquecimento levamos bolada de tudo que era lado (uma conhecida forma de intimidação).
O primeiro set foi praticamente entregue. Não achamos a bola. Levamos boladas na cabeça, peito, pernas, cravadas, etc... Acho que perdemos por 15 x 4 (ou 5), numa época que havia vantagem, os pontos não eram corridos como hoje e ia até 15.
Antes de começar o segundo set, em conversa, decidimos que iríamos nos divertir, jogar sem compromisso, tentar jogadas ensaiadas e dar risada, pois a derrota estava anunciada.
Eles abriram grande vantagem de 10 x 3 em pouco tempo. Nosso técnico pediu tempo e, por incrível que pareça, ofereceu cigarro pro Adriano prá acalmá-lo, pois estava muito nervoso. Rimos. Relembramos que estávamos “brincando” e começamos a jogar, se atirar nas bolas, gritar e fomos encostando no placar até que conseguimos o que parecia impossível: viramos o jogo em 14 x 13.
Saque nosso, na mão do Dimas (que era excelente sacador). Um ponto prá irmos pro 3º e decisivo set. E o que aconteceu? Nosso técnico pediu tempo!
É. Isso mesmo. NOSSO técnico pediu tempo, alegando que estávamos nervosos demais e precisávamos nos acalmar prá encerrar o set. Foi um banho de água fria (pior que o do vestiário). Gritamos com ele, xingamos, ficamos nervosos e... desconcentramos.
O time deles, sem entender, voltou , recuperou a bola, pois o Dimas errou o saque, e virou o jogo, indo prá final, num jogo que havíamos crescido na hora certa e recobrado nossa confiança prá vencer (e com certeza venceríamos).
Na volta, dentro do ônibus, cabisbaixos, não parávamos de relembrar o que nosso técnico tinha feito. Perdemos o jogo por culpa exclusiva dele. E ele, sentadão na primeira poltrona do ônibus, achando que tinha feito o certo, viajava tranqüilo, até que levantou para pegar seu lanche, que havia comprado antes de entrar no ônibus e colocado na mochila.
De repente um grito: “Cadê meu lanche? Quem pegou?”. Silêncio total. Novo grito, dessa vez, ainda mais alto. Nada! Ninguém falou nada. Ele desferiu vários palavrões e voltou ao seu lugar, tentando dormir, bravo e com fome. E dormiu!
Na chegada à Itapeva, já de noite, ônibus escuro e em silêncio, fomos acordados com novos palavrões e gritos. Era nosso técnico que acordou “recheado” com ovo, bacon, hambúrguer e muita maionese e catchup por todo o corpo, desde a cabeça até dentro da roupa.
Ele mereceu. Ô se mereceu. Nossa sorte é que não estávamos por perto quando ele abriu sua mochila....
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Pensando... (7)
Como diz meu pai: lá vou eu filosofar de novo...
Incrível como a internet tem deixado as pessoas mais religiosas... Talvez seja ela mais uma obra de Deus.
Todo dia recebo uma corrente santificada, descrevendo testemunhos, histórias, parábolas e finais felizes, de pessoas que leram e repassaram prá toda sua lista. São histórias e testemunhos que chegam a arrancar lágrimas e até partir o coração.
Não repasso essas correntes... não gosto de correntes... Principalmente porque acredito que as pessoas que as mandam, geralmente não vão à igreja. Dão-se por satisfeitas em “fazer sua parte” apenas enviando a “palavra de Deus”.
Devem sentir-se beatificadas, com o dever cumprido, com paz de espírito, que Jesus está lhe sorrindo e, de quebra, tá reservando um lugarzinho no céu.
Tudo bem que não tenho amigos padres, mas pergunto, apenas por curiosidade: será que eles (os padres) também enviam correntes desse tipo?
As correntes com crianças desaparecidas são as piores. Geralmente nem tenho coragem de abrir o arquivo. Acho desumano, mesmo que seja verdadeira. E pergunto: alguém que vê uma foto dessas, anda pelas ruas olhando dentro dos carrinhos de bebês ou nos colos das mães, procurando pela criança desaparecida?
Sem contar (já sendo super malvado), que criança é tudo igual, praticamente. Tem a mesma cara (sei que vou ser criticado por isso).
Nunca recebi um e.mail informando que uma criança foi devolvida aos verdadeiros pais, graças a corrente realizada na net.
Agora, de todas as correntes e e.mails conscientizadores, os piores são os que tratam de política.
Sou da geração “cara-pintada”. Vivenciei o final da Ditadura e ouvi e li sobre os horrores dela. Nossos pais nos amedrontavam na época em que tudo era proibido. Vibrei com as “Diretas-Já”. Votei prá Presidente com orgulho. Pintei o rosto e gritei “Fora Collor”.
Sou de uma época que as musicas tinham letras com duplo sentido para burlar a censura. Que Chico Buarque, Gil, Caetano, Vandré, entre muitos outros, cantava uma coisa dizendo outra. Ficávamos horas, nas aulas de Português, debatendo as letras de músicas e tentando descobrir o que estava naes entrelinhas (e o burro do censor não descobriu).
E hoje? Hoje ouvimos “Éguinha Pocotó”, assoviamos um funk qualquer, ensaiamos passinhos de pagode e axé prá dançar nos “bailes” e vivemos alienados dos acontecimentos políticos.
Assistimos impávidos os desmandos no país, ficamos revoltados durante o Jornal Nacional (que sempre ameniza as noticias), lemos irritados os e.mails que falam sobre a farra do Congresso e o que fazemos?
Nada! Apenas repassamos o e.mail e ficamos conversando banalidades nos MSN´s e Orkut´s da vida.
Maldita internet! Obra de Deus e salvação de nossos políticos.
Nos damos por satisfeitos apenas repassando os e.mail´s. Percebo tristemente quee “nunca mais você saiu à rua em grupo reunido, o dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, quero cartaz”, como dizia Belchior em uma de suas músicas.
Estamos na geração “e.mail”, onde demonstramos nossos descontentamento apenas na ponta dos dedos. E enquanto isso, nossos políticos continuam se lixando prá opinião publica, empregando parentes e amigos, dizendo que não viu e não sabe de nada, viajando pro exterior, construindo castelos, fazendo farra com cartões corporativistas e mandando a conta prá nós, pobres assalariados.
Sabe qual foi a última corrente que recebi? Era um abaixo assinado para que um deputado do Paraná que, bêbado, matou jovens (acho que 3, não me recordo) num acidente de carro, fosse cassado pela Assembléia do Estado e respondesse pelo crime como uma pessoa comum. As pessoas só tinham que “assinar” (colocar o nome) no e.mail e repassar, prá angariar "não-sei-quantas-mil" assinaturas.
Agora me responda: quem vai levar o e.mail prá Assembléia? Quem vai apurar a veracidade de um documento onde só existe nome de pessoas (que uma única pessoa munida de uma lista telefônica poderia fazer tranquilamente)? E qual político iria dar crédito a um e.mail????
Me desculpe quem assinou esse e.mail ou outro do tipo, mas é muita burrice.
Querem mudar o Brasil? Tire a bunda da cadeira, o dedo do teclado e saia às ruas. Lute! Reclame! Movimente-se! Reivindique! Faça passeata! E, principalmente, aprenda a votar!
Porque se está a porcaria que está, é graças ao nosso voto! Logo, a culpa não é deles. É nossa que os colocamos lá.
Como mudar? Fazendo terem medo da eleição. Mostrando que sabemos votar e que estamos atendendo o que fazem. E quando não fizeram nada ou fizerem errado, não receberão nossos votos e não se (re)elegerão.
Simples, não? Então pense nisso...
Incrível como a internet tem deixado as pessoas mais religiosas... Talvez seja ela mais uma obra de Deus.
Todo dia recebo uma corrente santificada, descrevendo testemunhos, histórias, parábolas e finais felizes, de pessoas que leram e repassaram prá toda sua lista. São histórias e testemunhos que chegam a arrancar lágrimas e até partir o coração.
Não repasso essas correntes... não gosto de correntes... Principalmente porque acredito que as pessoas que as mandam, geralmente não vão à igreja. Dão-se por satisfeitas em “fazer sua parte” apenas enviando a “palavra de Deus”.
Devem sentir-se beatificadas, com o dever cumprido, com paz de espírito, que Jesus está lhe sorrindo e, de quebra, tá reservando um lugarzinho no céu.
Tudo bem que não tenho amigos padres, mas pergunto, apenas por curiosidade: será que eles (os padres) também enviam correntes desse tipo?
As correntes com crianças desaparecidas são as piores. Geralmente nem tenho coragem de abrir o arquivo. Acho desumano, mesmo que seja verdadeira. E pergunto: alguém que vê uma foto dessas, anda pelas ruas olhando dentro dos carrinhos de bebês ou nos colos das mães, procurando pela criança desaparecida?
Sem contar (já sendo super malvado), que criança é tudo igual, praticamente. Tem a mesma cara (sei que vou ser criticado por isso).
Nunca recebi um e.mail informando que uma criança foi devolvida aos verdadeiros pais, graças a corrente realizada na net.
Agora, de todas as correntes e e.mails conscientizadores, os piores são os que tratam de política.
Sou da geração “cara-pintada”. Vivenciei o final da Ditadura e ouvi e li sobre os horrores dela. Nossos pais nos amedrontavam na época em que tudo era proibido. Vibrei com as “Diretas-Já”. Votei prá Presidente com orgulho. Pintei o rosto e gritei “Fora Collor”.
Sou de uma época que as musicas tinham letras com duplo sentido para burlar a censura. Que Chico Buarque, Gil, Caetano, Vandré, entre muitos outros, cantava uma coisa dizendo outra. Ficávamos horas, nas aulas de Português, debatendo as letras de músicas e tentando descobrir o que estava naes entrelinhas (e o burro do censor não descobriu).
E hoje? Hoje ouvimos “Éguinha Pocotó”, assoviamos um funk qualquer, ensaiamos passinhos de pagode e axé prá dançar nos “bailes” e vivemos alienados dos acontecimentos políticos.
Assistimos impávidos os desmandos no país, ficamos revoltados durante o Jornal Nacional (que sempre ameniza as noticias), lemos irritados os e.mails que falam sobre a farra do Congresso e o que fazemos?
Nada! Apenas repassamos o e.mail e ficamos conversando banalidades nos MSN´s e Orkut´s da vida.
Maldita internet! Obra de Deus e salvação de nossos políticos.
Nos damos por satisfeitos apenas repassando os e.mail´s. Percebo tristemente quee “nunca mais você saiu à rua em grupo reunido, o dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, quero cartaz”, como dizia Belchior em uma de suas músicas.
Estamos na geração “e.mail”, onde demonstramos nossos descontentamento apenas na ponta dos dedos. E enquanto isso, nossos políticos continuam se lixando prá opinião publica, empregando parentes e amigos, dizendo que não viu e não sabe de nada, viajando pro exterior, construindo castelos, fazendo farra com cartões corporativistas e mandando a conta prá nós, pobres assalariados.
Sabe qual foi a última corrente que recebi? Era um abaixo assinado para que um deputado do Paraná que, bêbado, matou jovens (acho que 3, não me recordo) num acidente de carro, fosse cassado pela Assembléia do Estado e respondesse pelo crime como uma pessoa comum. As pessoas só tinham que “assinar” (colocar o nome) no e.mail e repassar, prá angariar "não-sei-quantas-mil" assinaturas.
Agora me responda: quem vai levar o e.mail prá Assembléia? Quem vai apurar a veracidade de um documento onde só existe nome de pessoas (que uma única pessoa munida de uma lista telefônica poderia fazer tranquilamente)? E qual político iria dar crédito a um e.mail????
Me desculpe quem assinou esse e.mail ou outro do tipo, mas é muita burrice.
Querem mudar o Brasil? Tire a bunda da cadeira, o dedo do teclado e saia às ruas. Lute! Reclame! Movimente-se! Reivindique! Faça passeata! E, principalmente, aprenda a votar!
Porque se está a porcaria que está, é graças ao nosso voto! Logo, a culpa não é deles. É nossa que os colocamos lá.
Como mudar? Fazendo terem medo da eleição. Mostrando que sabemos votar e que estamos atendendo o que fazem. E quando não fizeram nada ou fizerem errado, não receberão nossos votos e não se (re)elegerão.
Simples, não? Então pense nisso...
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Lembranças... (15)
O texto abaixo eu enviei para o site http://www.soberano.com.br/, do São Paulo Futebol Clube, que estava contatando torcedores para gravar um DVD que contará a história do hexacampeão brasileiro. Em meio a mais de 200 mil relatos, fiquei selecionado entre os 80 finalistas, mas infelizmente, fiquei fora da final.
Fica ai o registro de meu amor pelo Tricolor do Morumbi...
ORGULHO DE SER SÃOPAULINO
Neto Gonzaga
Antes de me apresentar, é justo homenagear a pessoa que me apresentou ao São Paulo: Jandir, meu
pai.
Nascido em 1933, portanto apenas 2 anos mais velho que nosso "o mais querido", praticamente acompanhou toda a historia do São Paulo, tendo, inclusive, viajado de moto em plenas décadas de 40 e 50, para a capital paulista, enfrentando quilômetros e mais quilômetros de terra e poeira, só para ver sua paixão de perto, em pleno Estadio do Pacaembu.
Apesar de seus 75 anos, ainda cita escalações completas dos esquadrões bi-campeões da década de 40, enchendo o peito para citar o famoso trio-médio composto por Rui, Bauer e Noronha.
Até pouco tempo, tinha uma carteirinha do São Paulo, que recebeu ao ajudar com doação de saco de cimento para a construção do Morumbi. Meu pai é um sãopaulino que vivenciou toda a trajetória vitoriosa de nosso time.
Nem lembro quando ele me apresentou ao São Paulo. Mas tenho algumas fotos com uniforme de jogo e o agasalho desde pequeno.
Nascido em 1967, lembro-me que em 1.975 estava quase virando palmeirense, ante a insistencia de dois primos meus. Sabiamente, meu pai me levou assistir à decisão do campeonato paulista no Morumbi daquele ano, frente à Portuguesa de Desportos, que ganhamos nos penaltis.
Ae começou, de forma definitiva, meu amor pelo São Paulo.
Meu primo, Luiz Fernando, era de uma familia fanaticamente corinthiana. Em 1981, na decisão do paulista contra a Ponte Preta, com a desculpa de levá-lo passear em São Paulo, meu pai conseguiu a autorização de meu tio. E lá foi o Luiz Fernando, meu primo, corinthiano. E voltou sãopaulino... sendo até hoje...
O campeonato brasileiro de 1.977 me traz algumas lembranças. Éramos azarões. O favorito era o Atlético Mineiro.
Mas nem por isso meu pai deixou de fazer um suculento churrasco naquele dia. E por todo o dia, soltou rojões, antes do jogo...
Ficamos ligados o dia todo, na Radio Bandeirantes (Fiori Giglioti, lembra-se?), tentando descobrir se o Serginho Chulapa iria jogar ou não, afinal ele tinha embarcado pra Belo Horizonte.
Antes do jogo, lembro que um rojão que me pai soltou, explodiu em sua mão. Mas ser sãopaulino traz sorte e nada aconteceu a ele.
Na hora do jogo, apreensão... Nos penaltis, brilhou a estrela (e a catimba) de Valdir Perez, nosso grande herói.
Claro que o guerreiro Chicão também ajudou a calar o Mineirão, assim como Neca, que substituiu Serginho Chulapa com estilo.
Na decisão de 1986, o medo. Afinal, Cilinho que tinha montado o time dos "Menudos do Morumbi" não era mais o técnico. Em seu lugar, Pepe, um santista que nunca tinha ganho um título como treinador.
O jogo, um teste para cardíacos. Lembro-me de achar que tinhamos perdido definitivamente o campeonato umas 3 vezes durante o jogo. Principalmente após o ultimo gol de João Paulo... Assim como senti-me campeão quando Pita fez o dele na prorrogação.
Mas lá estava Careca. Sumido no jogo. Só esperando prá dar o último toque na bola. O toque que levaria o jogo pros penaltis.
E novamente com um goleiro catimbeiro (Gilmar), fomos campeões.
Depois disso, vieram as tristezas dos 3 vice-campeonatos, até explodir de alegria com o titulo em Bragança Paulista. Dessa vez, sem penaltis, mas nem por isso menos sofrido.
Um jogo pegado, em que várias vezes vi a viola em cacos, assim como várias vezes senti o gostinho de "é campeão" pronto prá sair da garganta. Tivemos que esperar até o apito final, pois futebol é uma caixinha de surpresa, né?
Frize-se que estes dois ultimos campeonatos (86 e 91) sempre assisti na casa de meu pai, juntamente com meu primo Luiz Fernando.
Os três últimos titulos são recentes...
Campeonato por pontos corridos, uma decisão por jogo. Todos os jogos assistidos num barzinho perto de casa, em meio à roda de sãopaulinos.
Muitas vezes meu pai ia me encontrar lá, apesar de sua idade.
Incrivel os palpites do seu Jandir. Sempre que o jogo é decisivo, ligo prá ele e pergunto: "Eae, papai? que dá o jogo hj?".
Se ele responde, de cara, vamos ganhar, pronto. Pode começar a festa. Mas quando ele titubeia, ae tem que se colocar a barba de molho...
Mas é isso...
o São Paulo está na historia da minha vida com grandes alegrias.... grandes jogadores que até hoje lembro, de escalações completas, titulos vencidos e alegrias mil.
Meu pai, como já disse acima, vibra demais com os times atuais, mas nunca se esquece de Leonidas, Paraná, Peixinho, Pedro Rocha, Gerson, Rui, Bauer, Noronha, Poy, entre outros...
Tae minha historia..
espero que tenha contribuido para essa grande iniciativa de se fazer esse filme que fale sobre o Soberano do futebol brasileiro: o meu São Paulo...
abraços...
Fica ai o registro de meu amor pelo Tricolor do Morumbi...
ORGULHO DE SER SÃOPAULINO
Neto Gonzaga
Antes de me apresentar, é justo homenagear a pessoa que me apresentou ao São Paulo: Jandir, meu
Nascido em 1933, portanto apenas 2 anos mais velho que nosso "o mais querido", praticamente acompanhou toda a historia do São Paulo, tendo, inclusive, viajado de moto em plenas décadas de 40 e 50, para a capital paulista, enfrentando quilômetros e mais quilômetros de terra e poeira, só para ver sua paixão de perto, em pleno Estadio do Pacaembu.
Apesar de seus 75 anos, ainda cita escalações completas dos esquadrões bi-campeões da década de 40, enchendo o peito para citar o famoso trio-médio composto por Rui, Bauer e Noronha.
Até pouco tempo, tinha uma carteirinha do São Paulo, que recebeu ao ajudar com doação de saco de cimento para a construção do Morumbi. Meu pai é um sãopaulino que vivenciou toda a trajetória vitoriosa de nosso time.
Nem lembro quando ele me apresentou ao São Paulo. Mas tenho algumas fotos com uniforme de jogo e o agasalho desde pequeno.
Nascido em 1967, lembro-me que em 1.975 estava quase virando palmeirense, ante a insistencia de dois primos meus. Sabiamente, meu pai me levou assistir à decisão do campeonato paulista no Morumbi daquele ano, frente à Portuguesa de Desportos, que ganhamos nos penaltis.
Ae começou, de forma definitiva, meu amor pelo São Paulo.
Meu primo, Luiz Fernando, era de uma familia fanaticamente corinthiana. Em 1981, na decisão do paulista contra a Ponte Preta, com a desculpa de levá-lo passear em São Paulo, meu pai conseguiu a autorização de meu tio. E lá foi o Luiz Fernando, meu primo, corinthiano. E voltou sãopaulino... sendo até hoje...
O campeonato brasileiro de 1.977 me traz algumas lembranças. Éramos azarões. O favorito era o Atlético Mineiro.
Mas nem por isso meu pai deixou de fazer um suculento churrasco naquele dia. E por todo o dia, soltou rojões, antes do jogo...
Ficamos ligados o dia todo, na Radio Bandeirantes (Fiori Giglioti, lembra-se?), tentando descobrir se o Serginho Chulapa iria jogar ou não, afinal ele tinha embarcado pra Belo Horizonte.
Antes do jogo, lembro que um rojão que me pai soltou, explodiu em sua mão. Mas ser sãopaulino traz sorte e nada aconteceu a ele.
Na hora do jogo, apreensão... Nos penaltis, brilhou a estrela (e a catimba) de Valdir Perez, nosso grande herói.
Claro que o guerreiro Chicão também ajudou a calar o Mineirão, assim como Neca, que substituiu Serginho Chulapa com estilo.
Na decisão de 1986, o medo. Afinal, Cilinho que tinha montado o time dos "Menudos do Morumbi" não era mais o técnico. Em seu lugar, Pepe, um santista que nunca tinha ganho um título como treinador.
O jogo, um teste para cardíacos. Lembro-me de achar que tinhamos perdido definitivamente o campeonato umas 3 vezes durante o jogo. Principalmente após o ultimo gol de João Paulo... Assim como senti-me campeão quando Pita fez o dele na prorrogação.
Mas lá estava Careca. Sumido no jogo. Só esperando prá dar o último toque na bola. O toque que levaria o jogo pros penaltis.
E novamente com um goleiro catimbeiro (Gilmar), fomos campeões.
Depois disso, vieram as tristezas dos 3 vice-campeonatos, até explodir de alegria com o titulo em Bragança Paulista. Dessa vez, sem penaltis, mas nem por isso menos sofrido.
Um jogo pegado, em que várias vezes vi a viola em cacos, assim como várias vezes senti o gostinho de "é campeão" pronto prá sair da garganta. Tivemos que esperar até o apito final, pois futebol é uma caixinha de surpresa, né?
Frize-se que estes dois ultimos campeonatos (86 e 91) sempre assisti na casa de meu pai, juntamente com meu primo Luiz Fernando.
Os três últimos titulos são recentes...
Campeonato por pontos corridos, uma decisão por jogo. Todos os jogos assistidos num barzinho perto de casa, em meio à roda de sãopaulinos.
Muitas vezes meu pai ia me encontrar lá, apesar de sua idade.
Incrivel os palpites do seu Jandir. Sempre que o jogo é decisivo, ligo prá ele e pergunto: "Eae, papai? que dá o jogo hj?".
Se ele responde, de cara, vamos ganhar, pronto. Pode começar a festa. Mas quando ele titubeia, ae tem que se colocar a barba de molho...
Mas é isso...
o São Paulo está na historia da minha vida com grandes alegrias.... grandes jogadores que até hoje lembro, de escalações completas, titulos vencidos e alegrias mil.
Meu pai, como já disse acima, vibra demais com os times atuais, mas nunca se esquece de Leonidas, Paraná, Peixinho, Pedro Rocha, Gerson, Rui, Bauer, Noronha, Poy, entre outros...
Tae minha historia..
espero que tenha contribuido para essa grande iniciativa de se fazer esse filme que fale sobre o Soberano do futebol brasileiro: o meu São Paulo...
abraços...
terça-feira, 14 de julho de 2009
Vide Bula... (2)
Há dias tenho discutido com meus amigos que atualmente pertenço à uma minoria mais discriminada do que as ditas minorias que vemos em nossa sociedade...
Há dias tenho pensado num texto prá expor essa minha opinião. Hoje recebi um e.mail de uma amiga que simplesmente traduz todo esse meu pensamento.
Por um lado triste por não ter escrito antes, fico alegre por ver que não sou o único que compartilha da mesma opinião, acerca da injustiça perpetrada contra o cidadão branco, honesto, contribuinte, eleitor e hétero...
Leiam abaixo:
Branco, honesto, contribuinte, eleitor, hetero... Pra quê?
(Ives Gandra da Silva Martins)

Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.
Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.
Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também - passaram a ser donos de 15% do território nacional, enquanto os outros 185 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele.. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.
Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.
Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria!
Os invasores de terras, que violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que o governo considera, mais que legítima, meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', porque cumpre a lei.
Desertores, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.
E são tantas as discriminações, que é de perguntar: de que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?
Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios.
(Ives Gandra da Silva Martins é renomado professor emérito das universidades Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado do Exército e presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo ).
Vide Bula... (1)
O MUNDO SEM MULHERES!
(Arnaldo Jabor)
O cara faz um esforço desgraçado para ficar rico pra quê?
O sujeito quer ficar famoso pra quê?
O indivíduo malha, faz exercícios pra quê?
A verdade é que é a mulher o objetivo do homem.
Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função da mulher.
Vivem e pensam em mulher o dia inteiro, a vida inteira.
Se a mulher não existisse, o mundo não teria ido pra frente.
Homem algum iria fazer alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar sujeito igual a ele, de bigode e tudo.
Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.
Já dizia a velha frase que 'atrás de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher'.
O dito está envelhecido. Hoje eu diria que 'na frente de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher'.
É você, mulher, quem impulsiona o mundo.
É você quem tem o poder, e não o homem.
É você quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das férias.
Bendita a hora em que você saiu da cozinha e, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens.
E, se você que está lendo isto aqui for um homem, tente imaginar a sua vida sem nenhuma mulher.
Aí na sua casa, onde você trabalha, na rua. Só homens.
Já pensou?
Um casamento sem noiva?
Um mundo sem sogras?
Enfim, um mundo sem metas.
ALGUNS MOTIVOS PELOS QUAIS OS HOMENS GOSTAM TANTO DE MULHERES:
1- O cheirinho delas é sempre gostoso, mesmo que seja só xampu.
2- O jeitinho que elas têm de sempre encontrar o lugarzinho certo em nosso ombro, nosso peito.
3- A facilidade com a qual cabem em nossos braços.
4- O jeito que tem de nos beijar e, de repente, fazer o mundo ficar perfeito.
5- Como são encantadoras quando comem.
6- Elas levam horas para se vestir, mas no final vale a pena.
7- Porque estão sempre quentinhas, mesmo que esteja fazendo trinta graus abaixo de zero lá fora.
8- Como sempre ficam bonitas, mesmo de jeans com camiseta e rabo-de-cavalo.
9- Aquele jeitinho sutil de pedir um elogio.
10- O modo que tem de sempre encontrar a nossa mão.
11- O brilho nos olhos quando sorriem.
12- O jeito que tem de dizer 'Não vamos brigar mais, não..'
13- A ternura com que nos beijam quando lhes fazemos uma delicadeza.
14- O modo de nos beijarem quando dizemos 'eu te amo'.
15- Pensando bem, só o modo de nos beijarem já basta.
16- O modo que têm de se atirar em nossos braços quando choram.
17- O fato de nos darem um tapa achando que vai doer.
18- O jeitinho de dizerem 'estou com saudades'.
19- As saudades que sentimos delas.
20- A maneira que suas lágrimas tem de nos fazer querer mudar o mundo para que mais nada lhes cause dor.
(Arnaldo Jabor)
O cara faz um esforço desgraçado para ficar rico pra quê?
O sujeito quer ficar famoso pra quê?
O indivíduo malha, faz exercícios pra quê?
A verdade é que é a mulher o objetivo do homem.
Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função da mulher.
Vivem e pensam em mulher o dia inteiro, a vida inteira.
Se a mulher não existisse, o mundo não teria ido pra frente.
Homem algum iria fazer alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar sujeito igual a ele, de bigode e tudo.
Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.
Já dizia a velha frase que 'atrás de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher'.
O dito está envelhecido. Hoje eu diria que 'na frente de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher'.
É você, mulher, quem impulsiona o mundo.
É você quem tem o poder, e não o homem.
É você quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das férias.
Bendita a hora em que você saiu da cozinha e, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens.
E, se você que está lendo isto aqui for um homem, tente imaginar a sua vida sem nenhuma mulher.
Aí na sua casa, onde você trabalha, na rua. Só homens.
Já pensou?
Um casamento sem noiva?
Um mundo sem sogras?
Enfim, um mundo sem metas.
ALGUNS MOTIVOS PELOS QUAIS OS HOMENS GOSTAM TANTO DE MULHERES:
1- O cheirinho delas é sempre gostoso, mesmo que seja só xampu.
2- O jeitinho que elas têm de sempre encontrar o lugarzinho certo em nosso ombro, nosso peito.
3- A facilidade com a qual cabem em nossos braços.
4- O jeito que tem de nos beijar e, de repente, fazer o mundo ficar perfeito.
5- Como são encantadoras quando comem.
6- Elas levam horas para se vestir, mas no final vale a pena.
7- Porque estão sempre quentinhas, mesmo que esteja fazendo trinta graus abaixo de zero lá fora.
8- Como sempre ficam bonitas, mesmo de jeans com camiseta e rabo-de-cavalo.
9- Aquele jeitinho sutil de pedir um elogio.
10- O modo que tem de sempre encontrar a nossa mão.
11- O brilho nos olhos quando sorriem.
12- O jeito que tem de dizer 'Não vamos brigar mais, não..'
13- A ternura com que nos beijam quando lhes fazemos uma delicadeza.
14- O modo de nos beijarem quando dizemos 'eu te amo'.
15- Pensando bem, só o modo de nos beijarem já basta.
16- O modo que têm de se atirar em nossos braços quando choram.
17- O fato de nos darem um tapa achando que vai doer.
18- O jeitinho de dizerem 'estou com saudades'.
19- As saudades que sentimos delas.
20- A maneira que suas lágrimas tem de nos fazer querer mudar o mundo para que mais nada lhes cause dor.
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